Quarta-feira, Março 19, 2025
NOTÍCIA

Palestina lança campanha para angariar apoio ao plano árabe de Gaza

Ramallah, 7 mar (Prensa Latina) O Ministério das Relações Exteriores da Palestina anunciou hoje uma campanha diplomática em nível global para promover um plano adotado pelos países árabes, que busca reconstruir Gaza em cinco anos sem expulsar seus habitantes, como pretendem os Estados Unidos.

O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados disse em um comunicado que pediu aos seus embaixadores que intensifiquem as ações para defender a proposta egípcia, que foi adotada esta semana pelos países da região em uma cúpula extraordinária da Liga Árabe.

O objetivo da campanha é explicar os resultados da reunião a Chancelaria, aos centros de decisão e à opinião pública dos países anfitriões, a fim de mobilizar apoio político e material, enfatizou.

O plano adotado na reunião regional prevê a reconstrução de Gaza em cinco anos a um custo de 53 bilhões de dólares, propõe um governo provisório de tecnocratas e rejeita a expulsão de palestinos de suas terras.

A reunião extraordinária teve como objetivo unificar posições em defesa do povo palestino e em rejeição à proposta de deslocamento defendida pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Consiste em várias fases: primeiros socorros imediatos e abrigo para os moradores, bem como a remoção de milhões de toneladas de entulho e, posteriormente, a reconstrução de casas e infraestrutura.

O ciclo de recuperação de seis meses custará US$ 3 bilhões para remover os escombros, seguido pela primeira fase, que durará dois anos e custará US$ 20 bilhões para construir cerca de 200.000 casas.

Isso levará a uma segunda fase, com duração de 30 meses, na qual outros 30 bilhões de dólares serão usados ​​para construir mais 200.000 unidades habitacionais, um aeroporto, um porto de pesca e um porto comercial, além de instalações industriais.

A proposta deixa a porta aberta para o estabelecimento de um fundo fiduciário sob supervisão internacional como mecanismo de financiamento.

O plano egípcio prevê sete zonas de acomodação temporárias no enclave costeiro para acomodar 1,5 milhão de palestinos e estipula que o Conselho de Segurança da ONU pode considerar a implantação de uma força internacional de manutenção da paz no território.

Prevê também a criação de um comitê para gerir a Faixa por um período de seis meses, em preparação para o regresso da Autoridade Nacional Palestina (ANP), embora Israel, a potência ocupante, rejeite categoricamente esta última possibilidade.

O conselho será composto por figuras independentes e tecnocratas e operará sob a égide da ANP.

Como parte da proposta, Egito e Jordânia treinarão a polícia palestina em preparação para sua mobilização em Gaza.

npg/rob/ls

RELACIONADAS

Edicão Portuguesa