Todas as tropas deixaram Jenin após a conclusão da missão e dos objetivos propostos, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Brigadeiro Daniel Hagari.
Mais de mil armas, incluindo granadas e bombas caseiras, foram apreendidas durante a campanha, e uma instalação de fabricação de explosivos usada por milícias palestinas foi destruída.
Mas após o anúncio de Hagari, a principal figura do Movimento de Resistência Islâmica, Ismail Haniyeh, afirmou que a operação foi um fracasso total.
Israel falhou e foi derrotado em Jenin e seu campo de refugiados, disse Haniyeh em um comunicado.
Durante dois dias de ofensiva militar, 12 palestinos morreram, cinco deles menores de idade, e mais de 140 ficaram feridos. Um soldado IDF também perdeu a vida.
A isto somam-se perdas econômicas significativas e danos em numerosas infraestruturas tanto em Jenin como no seu acampamento, com uma população de 11.000 habitantes que vivem numa área de apenas meio quilômetro quadrado.
O Crescente Vermelho Palestino denunciou ontem que mais de três mil cidadãos foram expulsos de suas casas no campo de refugiados como resultado dos ataques israelenses. “A situação é muito difícil naquela cidade, as pessoas precisam de água, comida e remédios, disse a instituição em um comunicado”.
Segundo a agência de notícias Safa, as forças uniformizadas obrigaram 500 famílias a evacuar suas casas, muitas das quais foram usadas como quartéis provisórios do Exército.
As televisões regionais mostraram imagens de centenas de pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixando o local cercadas por soldados e veículos blindados.
Os homens foram forçados a deixar o acampamento com os braços levantados. Em outro vídeo é possível ver três cadáveres de jovens cobertos de sangue em uma rua.
Há também inúmeras estradas destruídas por escavadeiras israelenses, uma das quais atropelou um grupo de palestinos que estava em frente ao hospital da cidade.
Apoiado por cerca de 1.000 soldados e 150 veículos blindados, o IDF iniciou na segunda-feira a maior operação militar na Cisjordânia nos últimos anos com o argumento de destruir “um ninho de terroristas”, como descrevem os militantes palestinos.
Tanto o governo quanto os partidos palestinos condenaram a nova ofensiva, chamando-a de crime de guerra.
“O nosso povo não se ajoelhará, não se renderá, não levantará a bandeira branca e permanecerá firme na sua terra face a esta agressão brutal, até que seja derrotada a ocupação e alcançada a liberdade”, disse o porta-voz da presidência, Nabil Abu Rudeina.
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