25 de November de 2024
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Nos EUA, diante do ódio de alguns e do amor de muitos

Nos EUA, diante do ódio de alguns e do amor de muitos

Por Deisy Francis Mexidor

Washington,12 jul (Prensa Latina) Inimizades, distanciamentos ou políticas de asfixia contra Cuba, o pequeno vizinho – gigante em sua luta contra os demônios – não estão ao nível do povo dos Estados Unidos, esses fios se movem em círculos menores em Washington.

James Early, que trabalhou durante 32 anos no Museu Nacional dos Estados Unidos, confessou à Prensa Latina sua admiração por Cuba, país que considera uma parte importante de sua vida como a de muitos de sua geração.

Entendemos bem o que significam as sanções de um grande contra um pequeno e “essa resistência dos cubanos em manter sua autodeterminação e soberania apesar de tudo é o que atrai além das ideologias”, apontou Early.

Recentemente, cerca de 50 economistas e outros especialistas em sanções e política externa dos EUA questionaram os graves danos causados pelas medidas coercitivas unilaterais da Casa Branca contra Cuba e Venezuela.

O grupo enviou uma carta ao senador de Nova Jersey, Robert Menendez, em resposta a uma que ele enviou recentemente aos membros da Câmara dos Representantes.

“Menéndez tem muito poder na política externa do Congresso dos Estados Unidos, já que preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado”, Dan Beeton, diretor de Comunicação Internacional do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas (CEPR, por sua sigla em espanhol) , também disse a esta agência de notícias (sigla em inglês), com sede em Washington, DC.

Recordou que o legislador “pertence a uma família de exilados cubanos, por isso sempre foi muito duro com a política dos Estados Unidos para com Cuba e, em geral, com a política de direita para com a América Latina”.

Não é comum – explicou – que um senador dos Estados Unidos se encarregue de enviar uma resposta não solicitada a uma carta de membros da Câmara baixa dirigida ao presidente, destacou Beeton.

“É um sinal – assinalou – do zelo de Menéndez em manter o embargo (bloqueio), e outro exemplo da divisão política entre os democratas mais conservadores, ou a ‘corrente dominante’, e a facção mais esquerdista que critica as sanções e algumas outras políticas dos Estados Unidos para a América Latina”.

DISTRITOS DE FRONTEIRA

Em 10 de maio deste ano, a deputada Verónica Escobar, cujo distrito fica na zona fronteiriça de El Paso (Texas), enviou uma carta ao presidente Joe Biden, assinada por outros 20 representantes da Câmara dos Deputados.

Vários dos que assinaram o texto também são de distritos localizados na fronteira dos Estados Unidos com o México ou próximos a ela.

Em sua reclamação, exortaram Biden a suspender as sanções contra Cuba e Venezuela, em parte porque contribuem para a emigração para este país.

A carta recebeu cobertura positiva no Washington Post, Politico, The New Republic e outros meios de comunicação, incluindo ex-funcionários do governo de Barack Obama (2009-2017) que repudiaram essas medidas de asfixia, apontando sua conexão com a migração.

Apenas um dia após a carta do Congresso, o senador Menéndez publicou uma resposta na qual se opunha aos apelos para reverter as sanções contra Cuba e Venezuela, porque isso só trairia “nossos valores democráticos (…) para abordar os fatores subjacentes que impulsionam essas crises…”

Em fevereiro, ao final do Discurso do Estado da União, Biden cumprimentou membros do Congresso e os microfones captaram uma troca inusitada.

“Bob, tenho que falar com você sobre Cuba”, disse Biden ao parlamentar cubano-americano contrário a qualquer recomposição de laços.

“Ok, ok”, respondeu ele, e como parecia um tanto confuso, o presidente insistiu: “Estou falando sério”.

UM PRESIDENTE MAL ACONSELHADO?

Biden era o vice-presidente, quando Barack Obama (2009-2017) percebeu que as políticas de sufocamento não tinham funcionado e decidiu trocar a camisa, embora o objetivo continuasse o mesmo, só que em vez de paus deram cenouras.

As embaixadas em Washington e Havana foram reabertas em 20 de julho de 2015, mais de vinte acordos favoráveis foram assinados, claro, de ambas as partes, e houve respeito nas diferenças. Podia-se conversar entre as partes.

Muitos imaginaram que a entrada de Biden na mansão branca do 1600 da Avenida Pensilvânia traria uma retificação do caminho para deixar de lado quatro anos tóxicos da administração de Donald Trump que significaram, no final, mais nós na corda.

Trump adotou 243 medidas restritivas contra o povo cubano, muitas delas em meio a uma pandemia que paralisou o mundo e agravou as crises.

Mas os cubanos cresceram diante de tantas adversidades e não houve colapso, quando alguns o previram.

Biden, aparentemente, virou a página do que aconteceu na Casa Branca de Obama e manteve (até agora), essencialmente, a mesma linha traçada por Trump.

Este ano marca dois séculos desde que os Estados Unidos declararam que toda a América Latina e o Caribe estavam, de fato, dentro de sua esfera de influência.

Em 2 de dezembro de 1823, o presidente James Monroe fez um discurso que daria origem ao que ficou conhecido como a Doutrina Monroe, utilizada para justificar invasões, intervenções e mudanças de regime na América Latina e no Caribe.

Para o senador Bernie Sanders – que não é socialista – os Estados Unidos assumem uma postura hipócrita ao insistir que, como nação, não aceitam o princípio das esferas de influência, quando nos últimos 200 anos atuou sob a Doutrina Monroe.

Segundo esse preceito, os Estados Unidos têm o direito de intervir contra qualquer país que possa ameaçar “nossos supostos interesses”, disse o legislador independente de Vermont.

“Essa é a política dos Estados Unidos. E sob essa doutrina, os Estados Unidos minaram e derrubaram pelo menos uma dezena de governos em toda a América Latina, América Central e Caribe”, enfatizou.

LEMBRE-SE DOS COMPROMISSOS

Quase à beira de mais uma eleição (as de 2024), Biden segue sem cumprir suas promessas eleitorais de 2020 em relação a Cuba.

“Eu vi, ninguém me contou. Biden disse em Miami que se chegasse à presidência reverteria todas as políticas de seu antecessor contra Cuba”, disse recentemente a este repórter Elena Freyre, presidente da Coalizão Aliança Martiana.

No entanto, “o quartinho está igualzinho”, como diz um ditado. Além dos anúncios sobre vistos ou remessas, mantêm-se as mesmas garras de um bloqueio econômico, comercial e financeiro que se qualifica como o mais longo da história contra qualquer país.

Apesar de receber todos os anos a rejeição quase unânime da comunidade internacional, esta política de estrangulamento é sustentada por governos democratas e republicanos há mais de seis décadas.

Dizem alguns poucos que vociferam por aí em certas datas, que querem ajudar o povo cubano e pedem mais restrições, mais cerco. É triste.

Diante delas fico com as imagens de quem aplica a estratégia de somar e multiplicar, percorre quilômetros de costa a costa, compra e arrecada para suprir carências.

É que ou se está com o bem ou com o mal, sem meio termo. E nessa luta, passo a passo, o amor, ao calcular, passa por cima do ódio.

jha/dfm/cm

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