Pedro, discursando na 43ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, concluída na véspera em Luanda, Angola, exortou os países africanos a alinharem os seus sistemas educativos com as necessidades do mercado e da sociedade.
Ele considerou que os governos devem investir em ciência, tecnologia e inovação para se afastar do modelo de extrativismo de recursos que caracteriza a maioria dos países ricos em minerais da África e ampliar as cadeias de valor para evitar a armadilha da renda média.
Na sua opinião, o impacto das crises globais de conflitos, climáticas, alimentares e energéticas, bem como o aumento das tensões, exigem uma forte posição continental na economia geopolítica global.
“Negócios como sempre não atenderão aos ODS e à Agenda 2063 ou ao futuro que desejamos. Precisamos de uma mudança de paradigma em nossa abordagem para acelerar o ritmo da industrialização, alcançar uma transformação estrutural impactante e atingir nossos objetivos”, enfatizou.
Neste contexto, ele desafiou os líderes africanos a estabelecer um ecossistema para mudança transformacional e liderança que reúna o governo, o setor privado e outras partes interessadas em diálogos de qualidade e co-criação de soluções locais.
“O tempo que gastamos criando um ambiente propício ao investimento estrangeiro direto também deve ser gasto criando um ambiente adequado para investidores domésticos, grandes e pequenos, porque o surgimento de um setor empresarial forte e competitivo de pequeno e médio porte criará empregos para o trabalho que precisamos para a juventude”, enfatizou.
Ele exortou a ir além da ajuda e expandir o financiamento para melhorar as capacidades produtivas, mobilizando mais recursos internos por meio de fundos de pensão que são atraídos por projetos financiáveis.
Lembrando que os mercados de crédito de carbono podem apoiar a industrialização na África, ele disse que a US$ 120 por tonelada de dióxido de carbono (CO2) sequestrado, a África pode gerar US$ 82 bilhões por ano, mais do que o continente recebe da Assistência ao Desenvolvimento no Exterior.
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