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Processos judiciais e imigração chamam a atenção no Panamá

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Processos judiciais e imigração chamam a atenção no Panamá

Cidade do Panamá, 26 ago (Prensa Latina) O julgamento por lavagem de dinheiro no caso Blue Apple e as conferências regionais para tratar do aumento da migração irregular monopolizaram a semana que termina hoje no Panamá.

A juíza Baloisa Marquínez liderou a audiência contra 26 réus por lavagem de dinheiro, com exceção dos dois filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2014-2019), Luis Enrique e Ricardo Alberto, que, ao serem empossados como deputados suplentes na Câmara Centro-Americana Parlamento, o seu processo foi encaminhado para o Supremo Tribunal de Justiça.

O tribunal começou com os depoimentos dos procuradores, da defesa e de algumas testemunhas relacionadas com a alegada prática de crimes contra a fé pública (falsificação de documentos), contra a segurança coletiva (associação ilícita), contra a administração pública (corrupção de servidores públicos) e contra a ordem econômica (lavagem de dinheiro).

Este processo-crime está relacionado com factos ocorridos em 2017 e refere-se à corporação Blue Apple, que terá sido criada por vários cidadãos para “disfarçar ou branquear dinheiro” alegadamente obtido através de propinas e subornos que receberam na altura.

A investigação, composta por 352 volumes, teve início em 30 de outubro de 2017 e está relacionada com uma rede de corrupção composta por funcionários, empresários e advogados, que alegadamente solicitavam comissões a empreiteiros para a adjudicação de licitações ao Estado.

Durante a semana também aconteceu a IV reunião ordinária das conferências regional e sul-americana sobre migrações, para discutir o aumento desses fluxos através da selva de Darién -na fronteira Panamá-Colômbia- em direção aos Estados Unidos.

Sobre o tema, o vice-chanceler do país ístmico, Vladimir Franco, explicou à Prensa Latina que nessa reunião foi aprovada uma nova campanha de comunicação “Darién não é uma rota, é uma selva” para enfatizar os perigos enfrentados pelos viajantes enganados por redes de contrabando de seres humanos.

Os danos causados ao meio ambiente deste território patrimônio natural e referência em biodiversidade são consideráveis, além dos efeitos nos habitantes, especialmente das etnias Emberá e Guna, na sua cultura e nas comunidades que são invadidas por milhares de caminhantes ilegais, ele comentou.

Por sua vez, o diretor das comunidades peruanas no exterior e de assuntos consulares, que também ocupa a presidência temporária do CSM, Alberto Farjé, destacou que o fórum conseguiu aprovar a criação do Observatório da Mobilidade Humana que permitirá estatísticas pontuais, para identificar melhor os países emissores e as causas, que são diversas.

As autoridades de imigração panamenhas alertaram recentemente que, até 17 de agosto passado, mais de 294 mil pessoas, cinco por cento delas menores de idade, haviam atravessado a perigosa selva, um número muito superior às 248 mil que o fizeram em todo o ano passado e às 133. 726, de 2021.

A diretora do Serviço Nacional de Migração, Samira Gozaine, disse à imprensa que a realidade ultrapassa as autoridades e afirmou que o Panamá ficou sozinho com esta questão, ao mesmo tempo que solicitou que todos os países do continente fizessem parte do trabalho.

ode/ga/ml

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