O presidente da organização, Leónidas Iza, entregou na sede do tribunal o pedido para que os magistrados realizem a sessão sobre o regulamento presencialmente nos territórios ameaçados por projetos extrativos numa data posterior à prevista (18 de setembro).
Segundo Iza, os avanços da mineração não podem ser discutidos virtualmente ou com urgência, pois a defesa legal precisa preparar seus argumentos.
Queremos que o Tribunal vá aos territórios e veja os problemas reais, como os conflitos na província de Cotopaxi em locais onde se produz panela para exportação e onde os projectos mineiros querem prejudicar a capacidade produtiva destas comunidades, disse Iza em declarações à imprensa.
Desta forma, a CONAIE procura obter uma análise objetiva do impacto do Decreto 754, que visa acelerar as consultas ambientais nos territórios indígenas para a realização de projectos de hidrocarbonetos e de exploração mineira.
A medida está atualmente suspensa temporariamente a pedido da Conaie e de grupos ambientalistas que consideram que a medida, assinada pelo Presidente Guillermo Lasso, constitui uma violação dos direitos das comunidades ao confundir a consulta ambiental com a consulta livre, prévia e informada estabelecida na Constituição.
O Comité Empresarial do Equador, por seu lado, pediu ao Tribunal que reconsiderasse a suspensão da medida porque estão paralisados 176 processos, o que a curto prazo terá um impacto económico negativo de 2 mil milhões de dólares.
Em algumas localidades, como Las Naves e Sigchos, nas províncias de Bolívar e Cotopaxi, respetivamente, os habitantes protestaram há algumas semanas contra as consultas previstas no decreto, o que provocou confrontos entre indígenas e camponeses e policiais e militares.
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