No seu discurso, afirmou que o continente necessita de “uma agricultura moderna, apoiada por sistemas de irrigação e mecanização eficazes, para reduzir significativamente as suas importações de produtos alimentares”.
Para isso, disse, exigiu parcerias técnicas e financeiras eficazes e não subsídios ao desenvolvimento, como tem acontecido até agora, com o seu consequente carácter político, orientado pelos interesses dos doadores e não baseado nas necessidades reais do continente.
O Chefe de Estado congolês também chamou a atenção para a emergência climática, que descreveu como a emergência mais premente que afecta a vida em toda a sua diversidade e põe em perigo a existência.
Deu o exemplo da subida do nível do mar que põe em perigo os países insulares, enquanto a desertificação continua, as ondas de calor, as inundações periódicas, os deslizamentos de terras e outros fenómenos devastadores estão a aumentar.
Perante este cenário, disse, todos devemos assumir as nossas responsabilidades, e sublinhou a necessidade de reflorestação e de defesa da biodiversidade.
Recordou que o Congo acolherá em outubro a chamada Cimeira das três bacias da biodiversidade e das florestas tropicais, que reunirá decisores, investigadores e pessoas da sociedade civil ligadas à Amazónia, à bacia do Congo e à bacia do rio Mekong no Sudeste Asiático.
Reflectiu sobre a situação do mundo atual, com guerras e o ressurgimento de conflitos, perante os quais se deve procurar o diálogo. Os esforços de paz exigem a cooperação de todos, afirmou.
Sassou N’Guesso afirmou que, “face ao unilateralismo que corrói perigosamente os alicerces do belo edifício que tantas nações tentaram construir desde 1945, o Congo está empenhado no multilateralismo, a única forma de tomar decisões que conduzam a um desenvolvimento partilhado”.
A este respeito, apelou a uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas para conseguir uma representação mais justa de todos os continentes e povos, sobre os quais a África tem uma posição comum.
mem/kmg/glmv