A criança, internada no hospital da cidade metropolitana de Ñemby, apresenta sintomas da dengue também chamada “visceral” ou “grave”, embora os médicos estejam estudando o caso para descartar outras doenças, acrescentou a fonte.

Por sua vez, o médico Nilton Torres, diretor do centro de saúde, destacou que o paciente apresenta problemas hematológicos típicos desta doença viral, enquanto familiares do menor confirmaram que o diagnóstico inicial ditado por outros médicos foi dengue hemorrágica.

A imunologista clínica e epidemiologista paraguaia Águeda Cabello alertou na véspera sobre um possível ressurgimento da dengue do tipo visceral na região, que também poderá ser observada no país.

“Casos dessa variedade do tipo orgânico ou hemorrágico da doença não estão descartados aqui tão cedo”, alertou a diretora de Vigilância em Saúde do país guarani ao jornal ABC Color. A especialista admitiu em suas declarações que há preocupação entre as autoridades sanitárias devido ao possível reaparecimento dessa manifestação da dengue, “que já havia sido observada no Paraguai principalmente durante a epidemia de 2006-2007”

A condição com esse nome descrita pela pesquisadora atinge órgãos como o fígado ou o coração e agora está “se espalhando” por toda a região sul-americana, possibilitando o registro de casos paraguaios “se não houver mais”.

A doutora em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Assunção explicou que o impacto da dengue visceral no Estado sul-americano entre 2006 e 2007 levou a uma mudança no esquema terapêutico que levou à implementação de novas estratégias de manejo.

Cabello destacou a possibilidade de que nos próximos meses ocorra uma epidemia “significativa” da doença arboviral no país (transmitida por mosquitos), levando em consideração que normalmente o ciclo epidêmico da doença aqui é de cerca de quatro anos e a última grande epidemia foi em 2019.

O tipo hemorrágico é o mais grave e está associado a choque e insuficiência circulatória que, sem tratamento, provoca morte em até 50 por cento dos casos, além dos sintomas habituais de perda de apetite, vômitos, febre alta e dores de cabeça e abdominais.

Em relação à chikungunya, outra arbovirose predominante no Paraguai, Cabello destacou uma diminuição de pacientes cadastrados a uma taxa de aproximadamente cinco por semana, “uma diferença importante com os cerca de 130 casos de dengue no mesmo período”.

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