Montevidéu, 19 out (Prensa Latina) A cultura une hoje Uruguai e Cuba, com artistas de ambos os países compartilhando música, canto, dança e poesia, tendo como ponto culminante a Guantanamera de Joseíto Fernández.
Foi no salão Camacuá, de frente para a Rambla de Montevidéu, que o frio da noite se dissipou entre boleros, versos do poeta das Índias Ocidentais José María Heredia, milongas, tangos e a salsa que movia pés e cinturas.
Foi assim que o Dia da Cultura Cubana foi comemorado nessa capital, com evocações do pai da nação Carlos Manuel de Céspedes e lembrando a data em que La Bayamesa, que se tornou o hino nacional da ilha, foi cantada pela primeira vez.
O escritor cubano Edel Morales, que declamou seus próprios versos dedicados à bandeira da estrela solitária, “azul e branca, com um fundo vermelho”.
O embaixador Zulan Popa, membros da brigada médica oftalmológica cubana em serviço aqui, amigos da ilha, entre muitos outros, aproveitaram a noite.
O coral “En Canto” (com cerca de vinte integrantes) e um casal do grupo de dança “Salsa Casino Uruguay”, precederam a cantora uruguaia Adelaida Fontani, com acompanhamento de violão e músicas de seu compatriota Alfredo Zitarrosa.
Outro sul-americano, Ismael Smith, entoou seu poema “Mate Dulce”, “elixir dos pobres, para mastigar a fome e enganar as entranhas”.
A canção “Digo que no murió”, do poeta e ensaísta Idea Vilariño, dedicada a Che Guevara, também ressoou na voz de Smith.
Depois veio o rapper Marcel Cabrera, o “Cubaguayo”, que elevou a temperatura acompanhado pelo shekere, o instrumento de percussão africano que Cuba criou, e a crítica contundente ao capitalismo: “eles geram as crises para vender as soluções”.
Acordes de rock e pop e letras de amor e muito mais foram apresentados pela dupla “I as Icarus no prelúdio de um final estrelado por Manolo Sánchez, o “Cubanísimo”, com 30 anos de vida aqui e lembrado por suas apresentações no cabaré Tropicana, em Havana, e sua premiada apresentação no OTI Festival, em 1993, em Valência, na Espanha.
“El cuarto de Tula” e “Guantanamera” encerraram a noite com o público marcando os passos e, do palco, um dueto de trompete e saxofone entre Manolo e Felipe Herrera, que deu um toque cubano à noite em Montevidéu.
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