O máximo órgão deliberativo das Nações Unidas ouviu na véspera cerca de trinta oradores, que exigiram o fim das medidas de máxima pressão que há mais de 60 anos impedem o desenvolvimento do país caribenho.
Para quinta-feira, o fórum continuará o debate com mais de 20 palestrantes, incluindo o ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, antes de votar o projeto.
A proposta, elaborada de acordo com a resolução 77/7 da Assembleia Geral e intitulada “Necessidade de pôr fim ao embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, lembra que mais de 80% da população cubana nasceu sob os efeitos do cerco.
Os danos causados por essa política entre 1º de março de 2022 e 28 de fevereiro de 2023 chegam a quatro bilhões e 867 milhões de dólares.
No total, o dano econômico, com base nos preços atuais, ultrapassa 159.84,3 bilhões de dólares, e mais de 1.337.337 bilhões levando em conta o comportamento do dólar em relação ao valor do ouro no mercado internacional.
Os efeitos do compêndio de medidas ultrapassam 405 milhões de dólares por mês, o que equivale a um milhão de dólares a cada duas horas.
Por sua vez, o relatório apresentado pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reconhece a continuação do cerco contra Cuba e sua inclusão na lista de Estados patrocinadores do terrorismo como ações incompatíveis com um sistema internacional baseado no Estado de Direito.
Ambas as políticas dos EUA são uma manifestação flagrante do exercício do poder político e econômico em clara violação dos direitos humanos, incluindo o acesso ao desenvolvimento.
“Os efeitos dessas medidas são tão óbvios quanto inadmissíveis sob a Carta da ONU e os princípios do direito internacional”, acrescenta o texto também disponibilizado aos Estados membros.
De acordo com o relatório, a situação no país caribenho apenas confirma a necessidade de desmantelar medidas coercitivas unilaterais, que minam os direitos soberanos, a realização dos direitos humanos e a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Nesse sentido, a ONU pediu aos signatários da resolução que mantenham os esforços para pôr fim à injusta negação do direito de Cuba à autodeterminação e ao desenvolvimento.
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