A proposta foi aprovada na segunda-feira passada no conselho de 50 membros, onde o extremista Partido Republicano e a coligação de direita Chile Vamos aproveitaram a maioria para impor alterações controversas.
Entre estas está a que viola a legislação vigente sobre a interrupção voluntária da gravidez em caso de estupro, perigo de vida da mãe ou inviabilidade fetal.
O texto também se opõe à negociação coletiva de trabalho, ao direito à greve e à liberdade de associação e tenta beneficiar as instituições privadas de saúde que transformaram este serviço num negócio.
Outro de seus pontos polêmicos é o que prevê benefícios para presos condenados por crimes contra a humanidade durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990).
Na opinião de lideranças políticas e sociais, a proposta da Carta Magna é pior que aquela imposta a sangue e fogo em tempos de ditadura.
Durante os últimos dias, diversas organizações convocaram a votar contra este projeto, entre elas a Frente Ampla, formada pela Revolução Democrática, Comunas e Convergência Social; bem como o Partido Comunista, o Partido Socialista e o Partido para a Democracia.
O texto será entregue em cerimônia no dia 7 de novembro ao presidente Gabriel Boric, que deverá convocar plebiscito com votação obrigatória para 17 de dezembro.
Até agora, todas as sondagens concordam com a oposição dos cidadãos à proposta de lei fundamental e a mais recente sondagem realizada pelo escritório Black and White dá uma rejeição de 56%, contra 44% para a opção de aprovação.
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