A gripe, do subtipo H5N1, espalha-se rapidamente nas explorações avícolas, no entanto, as aves selvagens estão a ser desproporcionalmente afectadas pelo vírus devido à falta de monitorização, disse a Agência Canadiana de Inspecção Alimentar (CFIA).
Até 2 de novembro, aproximadamente 7,9 milhões de aves estavam infectadas com a doença, mostra o site da agência.
Esse total não inclui as cerca de 2 mil 500 aves selvagens que tiveram resultados positivos ou são suspeitas de serem positivas para a gripe aviária, de acordo com a Canadian Wildlife Health Cooperative.
A gripe é mortal para as aves não por causa do vírus em si, dizem os especialistas, mas por causa da política em torno da gripe nos galinheiros.
Quando uma ave contrai um subtipo altamente transmissível de gripe aviária, todas as aves que entraram em contato com o animal serão sacrificadas para evitar maior propagação, diz o site da CFIA.
Mas no caso das aves selvagens, a transmissão não é tão rigorosamente controlada. O vírus muitas vezes se espalha sem controle e alguns especialistas alertam que ele já está sofrendo mutações para infectar outras espécies.
“Quanto mais o vírus circular, mais ele poderá evoluir e mudar”, explicou Jennifer Provencher, cientista pesquisadora da Divisão de Ecotoxicologia e Saúde da Vida Selvagem do Canadá, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
“Este H5N1 em particular é um animal diferente dos anteriores que encontrámos, pois causou uma mortalidade muito generalizada”, disse ele à CTVNews.
“Assim como os humanos, quando os pássaros se reúnem na paisagem durante a migração, eles transmitem isso uns aos outros. Quando entram nas áreas de nidificação, dispersam-se na paisagem e esta transmissão cessa”, disse.
A gripe aviária foi detectada pela primeira vez no Canadá em 2004 e tem um histórico de mutação em subtipos que podem facilmente infectar humanos.
Atualmente, os casos de humanos que contraem o H5N1 são extremamente raros; Dados da Health Canada mostram que pouco mais de 800 pessoas em todo o mundo contraíram o vírus desde 1997.
No entanto, o H5N1 pode infectar mais do que apenas aves: foram encontrados casos em raposas, gambás, gatos, cães, ursos e outros mamíferos.
“Isto mostra que o vírus está a sofrer mutações e a infectar mais do que apenas aves, e quanto mais animais contraírem o vírus, maiores serão as probabilidades de os humanos interagirem com ele”, afirma a CFIA.
“Esta é definitivamente a razão pela qual estamos todos preocupados com a gripe aviária nas aves”, alertou a entidade.
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