Durante o seu discurso na mesa redonda sobre Meios de Implementação, no âmbito do evento Mandated Global Balance, o presidente sublinhou a necessidade de alinhar urgentemente os compromissos para aliviar a atual situação climática.

Esta COP28 decorre num contexto de crise multidimensional, onde as expectativas criadas em 2015 aquando da adoção do Acordo de Paris não foram concretizadas, devido à atitude dos países desenvolvidos que pretendem transferir o peso do seu incumprimento para os países em desenvolvimento, disse Díaz-Canel.

Acrescentou que pretendem apagar as suas responsabilidades históricas na deterioração do ambiente e, paralelamente, resistem a comprometer-se com a implementação dos meios necessários para apoiar as ações climáticas nas nações do sul.

Ele deu como exemplo que estas nações avançadas têm sido incapazes de cumprir o escasso compromisso de pagar 100 mil milhões de dólares anualmente para apoiar a mitigação e adaptação às alterações climáticas nos países em desenvolvimento, cujas necessidades aumentam diariamente.

“Este primeiro balanço global oferece uma oportunidade para refletir sobre o progresso e as falhas, e identificar oportunidades, desafios e soluções para impulsionar o progresso em todas as áreas climáticas: mitigação, adaptação e meios de implementação, bem como apoio a perdas e danos”, observou.

O chefe de Estado sublinhou que o resultado desta avaliação deve ser realista e apontar objetivamente para o futuro que queremos, além de fazer uma avaliação crítica de como chegámos à situação atual.

“Especialmente contundente deve ser a abordagem à questão dos meios de implementação, cujos resultados devem reconhecer as falhas dos países desenvolvidos no cumprimento das suas responsabilidades”, afirmou.

Neste sentido, considerou que deve assegurar compromissos ambiciosos em termos de financiamento, transferências de tecnologia e desenvolvimento de capacidades para os países do sul global.

Isto inclui, observou ele, a vontade de trabalhar de forma construtiva para alcançar um novo objetivo financeiro a ser adotado na COP29 e que responda verdadeiramente às necessidades das nações do sul.

Os objetivos que nos propomos com este exercício devem ter em conta as diferentes circunstâncias nacionais e as necessidades de desenvolvimento económico e social desses países, observou.

“É importante que todos os acordos se baseiem nos princípios da Convenção e do Acordo de Paris, particularmente nas responsabilidades comuns mas diferenciadas”, destacou Díaz-Canel.

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