De acordo com o estudo, que quantifica pela primeira vez o número de mortes que ocorrerão em um ano devido aos diversos fatores resultantes do aquecimento global, foi utilizada a ciência da atribuição para chegar a essas conclusões.

Com esse método, é possível medir a influência da mudança climática em um evento climático extremo, por exemplo, já que as mortes causadas por esses eventos nem sempre são atribuídas diretamente ao aquecimento global.

“Há vários fatores decorrentes das mudanças climáticas que nem sempre são associados a esse fenômeno global. É o caso de enchentes, desnutrição, malária, diarreia e doenças cardiovasculares”, diz o relatório.

O relatório também aponta que o número de quatro milhões de mortes em 2024 pode ser conservador, pois o método utilizado não inclui outros efeitos relacionados ao clima que se tornaram conhecidos desde que esse método de cálculo, desenvolvido nos anos 2000 pelo epidemiologista australiano Anthony McMichael, foi estabelecido.

O epidemiologista climático norte-americano Colin Carlson, líder da pesquisa, alertou que mais da metade dessas mortes será causada por malária na África subsaariana ou desnutrição e doenças diarreicas no sul da Ásia, portanto, é provável que a maioria das mortes seja de crianças pequenas.

A grande ameaça à saúde global hoje é a mudança climática, disse o professor da Universidade de Georgtown, que estima que ela seja ainda mais perigosa do que a pandemia de Covid-19, que causou mais de sete milhões de mortes no mundo todo.

“Enquanto as curvas ascendentes da Covid-19 foram monitoradas de perto tanto global quanto localmente, as mortes causadas pela crise climática precisam de um sistema de medição formal universalmente aceito e empregado, o que obscurece a gravidade do fenômeno”, disse Carlson.

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