O balanço mais recente divulgado pelo governo afirma que, em 50 dias de ações policiais e militares conjuntas, 10.569 pessoas foram presas, 268 delas por suposto terrorismo, enquanto a quantidade de drogas apreendidas chegou a 64 toneladas.
Até o momento, as forças de segurança realizaram mais de 132.000 operações conjuntas, 179 contra gangues criminosas, agora chamadas de grupos terroristas e atores não estatais beligerantes.
À medida que o número de detidos aumenta, crescem as dúvidas sobre onde eles estão sendo mantidos e quantos foram processados legalmente.
Dados da Procuradoria Geral do Estado (FGE) citados no jornal La Hora indicam que apenas 494 dos mais de 10.000 detentos têm um processo legal em andamento, ou seja, 5%.
Desses, a maioria é processada pelo crime de terrorismo (181), seguido por levar artigos proibidos para dentro das prisões (52), posse e porte de armas (32) e tráfico de drogas (30), entre outros.
Desde janeiro passado, diante de uma onda de incidentes violentos, o presidente Daniel Noboa decretou estado de emergência e conflito armado interno, o que abriu a porta legal para que os militares e a polícia agissem com todos os seus recursos para neutralizar os 22 grupos criminosos considerados terroristas.
O chefe de Estado reafirmou repetidamente seu apoio ao trabalho dos agentes da lei, embora haja reclamações de cidadãos e organizações civis sobre supostas violações de direitos por parte da polícia e das forças armadas.
Noboa já anunciou que o estado de emergência será prorrogado até abril.
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