25 de November de 2024
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Equador, crianças em risco

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Equador, crianças em risco

Quito, 1º mar (Prensa Latina) O Equador atravessa-se um momento muito complexo em todos os níveis e especialmente desafiador em relação aos direitos de meninas, meninos e adolescentes, disse o analista Juan Francisco Oña.

Em entrevista à Prensa Latina, o especialista, da organização Visão Mundial, comentou os resultados de um estudo realizado em conjunto com outras entidades não governamentais e que alertou sobre as disparidades de desigualdade, juntamente com situações de discriminação e inação institucional.

Entre os dados mais preocupantes para Oña está a existência de cerca de 150.000 menores que abandonaram o sistema educativo e isto representa uma lacuna agravada pela pandemia de Covid-19 e por situações internas, como a insegurança e a declaração de conflito armado interno.

Relativamente à situação sanitária, o especialista lamentou que em 2024 apenas um em cada seis agregados familiares do país tenha acesso a água potável e isso está diretamente ligado ao problema da desnutrição crónica infantil, que tem uma prevalência de 17,5%.

O problema não é a falta de alimentos, mas sim o fato de não chegar a todos, disse.

Segundo ele, o Equador atualmente É o quarto país da região com maior número de desnutrição infantil crônica, mas em 2021 foi o segundo país latino-americano com mais casos e, embora tenham diminuído, ainda é um desafio.

Por outro lado, o aumento da violência e a presença de gangues criminosas têm impacto no desenvolvimento de meninas, meninos e adolescentes, afirmou Oña, que considerou a atitude dos grupos do crime organizado que aproveitam a ausência do Estado para recrutar menores deploráveis.

Quando são recrutados, destacou, é muito difícil para eles sair dessa, porque não conhecem outra opção de vida e muitos nem chegarão à idade adulta porque nesse contexto a morte é uma ocorrência quotidiana.

Nesse sentido, observou como nas últimas semanas, em meio ao conflito armado interno, aqueles que se manifestam em nome das gangues são menores, usados como bucha de canhão em benefício incompreendido da maioridade penal.

A porcentagem de mortes infantis por homicídio cresceu 400% no Equador e, claro, o crime organizado tem muito a ver com essa situação, há até províncias onde os jovens não vêem outra opção de vida, notou.

Na sua opinião, a presença do Estado é a melhor resposta a este tipo de problemas, especialmente nos territórios dominados por estes grupos, e os menores têm outras oportunidades sem serem obrigados a fazer parte desta espiral de violência.

A pesquisa da Visão Mundial, Fundo Infantil e Kindernothilfe oferece uma série de estatísticas e recomendações que, segundo Oña, serão enviadas às autoridades Executivas e Legislativas para avançar na resolução das dificuldades da população infantil equatoriana.

Alertou que também é importante trabalhar a prevenção com base em políticas públicas abrangentes, e não apenas em regulamentações, e que são assuntos de Estado, independentemente da orientação ideológica do governo que está no poder.

Quanto aos orçamentos para meninas, meninos e adolescentes, manifestou preocupação com os recentes cortes, uma vez que os governantes não lhe dão prioridade e não o vêem como um investimento de longo prazo, mas sim como uma despesa.

rgh/avr/ls

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