Em declarações aos meios de comunicação social, o Conafi garantiu que todas as denúncias verificadas foram enviadas ao Ministério Público, esclarecendo que, devido a um princípio de confidencialidade, não pode revelar informações sobre os factos.
Admitiu que existe atualmente uma sobrepopulação de crianças nos 10 lares de acolhimento, que são encaminhadas para estes estabelecimentos pelo Ministério Público e pelos tribunais após concluírem que se encontram em situação de risco pessoal, familiar ou social.
Indicou que os menores em lares de acolhimento têm múltiplas causas, que vão desde o abandono, vítimas de maus tratos em qualquer das suas variáveis, exploração sexual e comercial, até ao trabalho infantil, contrabando e tráfico, entre outras situações.
O Conafi disse que a maioria deles apresenta traumas psicológicos que se manifestam em comportamentos desafiadores negativos, distúrbios de personalidade, depressão, automutilação, vícios e síndrome de abstinência.
Nas últimas duas semanas, os meios de comunicação social têm noticiado alegações de abuso de crianças nas casas de reintegração.
O jornal N investiga apresentou primeiro o depoimento de uma adolescente e depois o de uma funcionária da instituição, que relataram casos que vão desde abusos sexuais e físicos, consumo de substâncias ilícitas, até à falta de serviços de saúde nas casas de acolhimento.
Essas instituições, como o próprio nome sugere, são abrigos temporários para crianças e adolescentes. O objetivo, segundo Conani, é proteger seus direitos até que sejam alcançadas condições seguras que permitam a reunificação familiar.
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