Em declarações à Prensa Latina sobre a reunião, que terminou esta segunda-feira no Hotel Intercontinental, a Embaixadora Beatriz Morais, porta-voz do Comité de Altos Funcionários da SADC, sublinhou a importância desta nova estrutura.
Salientou que este departamento será responsável por projetos e programas dirigidos aos jovens, que constituem um importante segmento populacional da região.
Os dados indicam que cerca de 75 por cento da população total dos países que compõem o bloco têm menos de 35 anos de idade, o que é relevante para os planos de desenvolvimento.
Neste sentido, Morais comentou que outro dos aspectos abordados no Conselho de Ministros foi a implementação da Universidade de Transformação da SADC, que foi aprovada em 2015, mas que até agora não foi posta em prática.
“Os ministros aconselharam que o Secretariado deve mobilizar fundos para começar a trabalhar nos currículos e em tudo relacionado com a criação e funcionamento da Universidade”, disse o embaixador, que destacou as funções daquela entidade.
Junto ao Gabinete da Juventude, deve permitir que os jovens beneficiem de espaços de formação adicionais em vários domínios, como o empreendedorismo e as tecnologias de informação, explicou.
Outras questões discutidas foram a contribuição que os Estados Membros têm de pagar anualmente ao Secretariado da SADC, bem como a segurança alimentar e nutricional na área.
Relativamente ao primeiro ponto, Morais explicou que foi explicada a necessidade de mobilizar recursos para as duas missões de paz que o bloco regional tem atualmente: uma em Moçambique, concretamente no território de Cabo Delgado, e outra na República Democrática do Congo. com vista a minimizar os conflitos que afetam ambos os países.
Entretanto, em relação ao segundo tema, chamaram a atenção para os danos causados pelo fenômeno El Niño, que em alguns territórios traz chuvas excessivas enquanto noutros provoca secas.
“Os Estados membros foram instados a desenvolver projetos agrícolas e a economizar água, para que as populações afetadas tenham condições mínimas de sobrevivência”, disse à Prensa Latina.
Reviram também a implementação do Centro de Operações Humanitárias, cujo principal objectivo é coordenar com instituições nacionais, internacionais e africanas de alerta rápido para que, em caso de proximidade de um ciclone, os países membros possam preparar-se e tomar medidas adequadas para minimizar o impacto destes fenômenos.
O Conselho de Ministros da SADC, que reuniu nos dias 10 e 11 de Março, aprovou na generalidade 47 decisões que, segundo o ministro angolano dos Negócios Estrangeiros, Téte António, deverão impulsionar o trabalho do bloco.
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