a humanidade.
Neste sentido, a entidade multilateral apela ao fortalecimento da cooperação internacional e dos acordos transfronteiriços.
À medida que aumenta o stress hídrico, aumentam os riscos de conflitos locais ou regionais, por isso a nossa mensagem é clara: se quisermos preservar a paz, não devemos apenas proteger melhor este recurso, devemos também reforçar a cooperação regional o mais rapidamente possível e alertou o diretor-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
Num encontro com jornalistas nesta capital, Connor partilhou números que convidam à reflexão e à ação, resumindo as crises em dois problemas fundamentais, procura versus disponibilidade e acesso à água potável e ao saneamento.
Segundo o especialista canadiano, no caso da procura, o consumo global do precioso líquido aumentará cerca de um por cento anualmente nos próximos 30 anos, num cenário em que a utilização varia em função do desenvolvimento econômico.
Cerca de metade da população mundial enfrenta graves escassez de água durante parte do ano, enquanto um quarto enfrenta níveis extremamente elevados de stress hídrico, utilizando mais de 80% das suas reservas renováveis anuais, afirmou.
Em relação ao acesso, lamentou que 2,2 bilhões de seres humanos não tenham um serviço gerido de forma segura, oito em cada 10 deles residindo em zonas rurais.
Connor afirmou que no caso do saneamento a situação é desastrosa para 3,5bilhões de pessoas.
Da mesma forma, em seu discurso abordou o papel da água na agricultura, setor que é o principal empregador dos pobres do planeta, e na geração de eletricidade.
O principal autor do relatório da UNESCO explicou que a água é muitas vezes uma ferramenta, um alvo ou uma vítima de guerras e conflitos, mas normalmente não é a causa deles.
Nesse sentido, lembrou que o Direito Internacional Humanitário proíbe explicitamente o ataque às infra-estruturas civis que fornecem este importante recurso.
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