Na opinião do representante palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, este é um momento histórico que foi reavivado depois que um procedimento similar em 2011 levou ao atual status de observador permanente.
“Esperamos sinceramente, depois de 12 anos desde que mudamos para o status de observador, que o Conselho de Segurança se levante para implementar o consenso global sobre a solução de dois Estados, admitindo o Estado da Palestina como membro pleno”, disse o diplomata aos repórteres.
Ao lado da embaixadora de Malta e presidente do Conselho de Segurança, Vanessa Frazier, Mansour estava otimista com o processo.
O representante europeu anunciou que, nesta tarde, o Comitê de Adesão discutirá, em uma primeira reunião, a carta enviada pela Palestina para a adesão, um processo a ser considerado durante o mês de abril.
Embora muitos especulem que uma decisão final possa ser adiada, o anúncio da reunião desta tarde parece confirmar o progresso nessa direção.
Os procedimentos para a adesão de novos membros envolvem a criação de um comitê especializado e a elaboração de um relatório que retornaria ao órgão de segurança para votação.
Pelo menos nove dos 15 membros do Conselho devem aprovar a parte aspirante, incluindo os EUA, a Rússia, a China, a França e o Reino Unido, membros permanentes com poder de veto.
Se o resultado for positivo, a proposta será encaminhada para a Assembleia Geral, onde dois terços dos 193 estados membros devem aprovar a nova associação para que seja submetida a uma nova votação no Conselho de Segurança.
O embaixador de Malta ressaltou que as deliberações do Comitê devem ser concluídas no mês de abril, após o qual qualquer membro do Conselho poderá colocar em votação uma resolução de adesão.
Atualmente, apenas a Palestina e o Vaticano têm assentos de observadores no fórum, mas o mais recente surto de hostilidades reabriu os debates sobre a necessidade de finalizar o status dos territórios ocupados, uma dívida pendente do órgão desde a fundação de Israel.
Em 1947, a chamada resolução de partição estipulou a criação de um “Estado judeu” e um “Estado árabe” na Palestina, com Jerusalém como o corpus separatum sujeito a um regime internacional especial.
Desde 2000, apenas quatro países concluíram o processo para se tornarem novos membros ativos: Suíça (2002), Timor Leste (2002), Montenegro (2006) e Sudão do Sul (2011).
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