Como pretexto para justificar esta medida hostil, o representante da extrema direita argentina argumentou que existe uma ligação entre o Estado Plurinacional e o Irã a nível militar.
“Nossa fronteira com a Bolívia, que é uma fronteira importante, onde hoje temos o mais alto nível de alerta e segurança do país, porque houve um memorando assinado pela Bolívia e pelo Irã”, disse Bullrich em entrevista ao La Nación Mais.
Relativamente a setores da direita argentina, a Nación Más relaciona este estado de alerta com o conflito iniciado por Israel em 1º de abril com a destruição do consulado iraniano na Síria e a resposta do Estado Islâmico no último sábado.
Segundo a publicação, o ministro argentino referiu que haveria mesmo a presença das forças de elite iranianas, denominadas Quds, nesta área.
Bulrich acrescentou que também está sendo investigado se há pessoas, por exemplo, que não falam espanhol, e que receberam passaportes bolivianos, com base na suposta entrega do documento a cidadãos iranianos.
Em Julho passado, o ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, defendeu a sua viagem ao Irã e criticou o “estigma” associado às relações com aquele país.
A este respeito, reivindicou o desenvolvimento iraniano da ciência e da tecnologia e sublinhou que pode ajudar a Bolívia a reforçar a sua luta contra o tráfico e o contrabando de drogas.
“A verdade é que em termos de relações internacionais o que prevalece no nosso país é o seu carácter soberano”, sublinhou ao relatar que visitou institutos acadêmicos e fábricas de nanotecnologia no Irã.
O presidente Luis Arce, por sua vez, garantiu no dia 16 de dezembro que é necessário forjar uma nova liderança militar diante das ameaças de guerra híbrida que procuram isolar a Bolívia e subordiná-la às tentativas de hegemonia global.
A respeito da formação dos Institutos de Treinamento do Colégio Militar, em Cochabamba, sem mencionar o ex-presidente dos Estados Unidos James Monroe (1816-1825), referiu-se ao ressurgimento de teorias que se referem ao nosso continente como um “quintal”.
Descreveu que agora as invasões deixam de ser territoriais, mas têm novas características que avançam atacando “as mentes e os corações do povo” com “revoluções coloridas, ataques suaves”, tentativas de golpe, que procuram afetar a democracia e a governabilidade.
O dignitário destacou que a Bolívia não está livre deste tipo de guerra moderna, que ocorre no ciberespaço, na economia, socialmente e em outros aspectos com estratégias de desinformação, com “propaganda negra”, ataques cibernéticos, sabotagem e outras ferramentas.
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