A delegação cubana foi chefiada pelo Diretor Geral de Assuntos Multilaterais e Direito Internacional do Ministério das Relações Exteriores, Rodolfo Benítez, enquanto o país anfitrião foi representado pelo Diretor Geral Adjunto para as Américas do Serviço Europeu de Ação Externa, Pelayo Castro.
No diálogo, a delegação visitante detalhou as ações realizadas pelos Estados Unidos como parte de sua política de pressão máxima para sufocar a maior das Antilhas, implementada pela Administração do Presidente Donald Trump (2017-2021) e mantida por seu sucessor na Casa Branca, Joseph Biden.
Expusemos a injustificada reinclusão de Cuba na lista de países que Washington considera unilateralmente patrocinadores do terrorismo e os efeitos que isso tem na esfera financeira e nas relações com a própria UE, disse à Prensa Latina Rodney González, diretor de Assuntos Jurídicos e Análise da Direção Geral dos EUA.
Poucos dias antes de assumir o cargo, em janeiro de 2021, Trump ordenou a reinclusão para apertar o cerco às operações comerciais e financeiras da ilha, com o objetivo de isolá-la e causar dificuldades à sua população.
Outra das medidas para endurecer o bloqueio abordadas na reunião – continuou o funcionário – é a não aplicação do Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA) para cidadãos europeus que visitaram Cuba, obrigando-os a passar por um longo processo de solicitação de visto se quiserem viajar para o país do norte, com a intenção de afetar o turismo.
Também denunciamos no quarto Diálogo sobre Medidas Coercitivas Unilaterais a extraterritorialidade do cerco, codificado por leis como Torricelli (1992) e Helms-Burton (1996), o ataque à cooperação médica internacional e a perseguição para impedir que nosso país compre combustível, acrescentou.
A questão da extraterritorialidade tem um impacto especial sobre os estados-membros da UE, na forma de pressão e sanções contra cidadãos, empresas e bancos europeus que mantêm ou buscam vínculos com a nação das Índias Ocidentais.
Resumindo o que foi discutido no fórum sediado em Bruxelas, González destacou que o dano humano deliberado causado pelo bloqueio dos EUA, o obstáculo que ele representa para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e seus efeitos sobre terceiros, neste caso a UE, ficaram mais uma vez muito claros.
Durante esses dias, representantes de Cuba e da UE estão se reunindo na capital para uma agenda movimentada de reuniões e trocas de pontos de vista no contexto do Quarto Ciclo de Implementação do Acordo de Diálogo Político e Cooperação assinado por Havana e Bruxelas em 2016.
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