A Procuradoria-Geral do Equador informou que os advogados Michael Woods, Sean Murphy, Aldredo Crossato e Omi Sender serão os encarregados de defender o país sul-americano nas sessões do órgão de justiça internacional, marcadas para esta terça e quarta-feira.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República indicou que o embaixador do Equador na Holanda, Andrés Terán, atuará como agente de Quito perante a CIJ.
Em 11 de abril, o governo de Andrés Manuel López Obrador denunciou o Equador por violar a Convenção de Viena ao invadir violentamente a embaixada mexicana em Quito para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava lá como asilo político.
Esta segunda-feira, por sua vez, o Equador processou o México porque, segundo a chancelaria, aquele país violou convenções internacionais que proíbem a concessão de asilo a pessoas processadas por crimes comuns ou condenadas em tribunais comuns.
“No governo não há consciência, nem qualquer reflexão sobre a barbárie cometida ao atacar uma embaixada e sequestrar um requerente de asilo. Eles estão apenas tentando justificar uma violação brutal do direito internacional, condenada pelo mundo”, disse o ex-vice-chanceler Fernando Yépez em seu relato de X.
O ex-presidente Rafael Correa, líder do movimento Revolução Cidadã (RC), questionou por que o governo de Daniel Noboa não recorreu ao tribunal internacional antes de invadir a embaixada e sequestrar um requerente de asilo.
O Doutor em Jurisprudência Alejandro Vanegas descreveu a estratégia jurídica do governo equatoriano na CIJ como “uma zombaria para a comunidade mundial”.
Entretanto, o ex-vice-presidente Glas, que o México considera perseguido politicamente, encontra-se numa prisão de segurança máxima, apesar de um tribunal do Tribunal Nacional de Justiça ter decretado que a sua detenção foi “ilegal e arbitrária”.
Ele enfrenta uma sentença de oito anos pelos casos Odebrecht e Suborno e também é acusado de suposto desvio de fundos para obras de reconstrução após o devastador terremoto de 2016 na costa equatoriana.
Juristas e especialistas internacionais asseguram que não há provas contra o político, membro do RC, que escreveu cartas de ajuda ao próprio López Obrador e aos presidentes da Colômbia e do Brasil, Gustavo Petro e Luiz Inácio Lula da Silva.
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