Pouco mais grosso do que um cabelo humano, o tecido contém uma fibra especial que vibra quando lhe é aplicada uma tensão, que os investigadores utilizaram para suprimir o som de duas formas diferentes.

Numa delas, o tecido vibratório gera ondas sonoras que interferem com o som indesejado para o anular, à semelhança dos auscultadores com cancelamento de ruído, que funcionam bem num espaço pequeno como os ouvidos, mas não em grandes recintos como salas ou aviões.

Na outra técnica, mais surpreendente, o tecido é mantido imóvel para suprimir as vibrações que são fundamentais para a transmissão do som, impedindo que o ruído se transmita através do tecido e diminuindo ainda mais o volume.

Esta segunda abordagem permite reduzir o ruído em espaços muito maiores, como salas ou automóveis.

Utilizando materiais comuns como a seda, a lona e a musselina, os investigadores criaram tecidos supressores de ruído que seriam práticos de implementar em espaços do mundo real.

Por exemplo, um tecido deste tipo poderia ser utilizado para fazer divisórias em espaços de trabalho abertos ou paredes de tecido fino que bloqueiam o som.

Surpreendentemente, os investigadores descobriram que manter o tecido imóvel faz com que este reflicta o som, tal como um espelho reflecte a luz.

As suas experiências também revelaram que tanto as propriedades mecânicas de um tecido como o tamanho dos seus poros afectam a eficiência da geração de som.

Embora a seda e a musselina tenham propriedades mecânicas semelhantes, a dimensão mais pequena dos poros da seda faz com que seja um tecido mais eficaz para a produção de som.

Quando testaram o tecido de seda em modo de supressão direta, os investigadores descobriram que este podia reduzir significativamente o volume dos sons até 65 decibéis, quase tão alto como uma conversa humana entusiástica.

No modo de supressão mediada por vibração, o tecido podia reduzir a transmissão de ruído até 75 porcento.

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