De acordo com o chefe da seção de economia do jornal nacional Al Akhbar, a nação levantina enfrenta uma crise que entrelaça fatores políticos com a economia, finanças, migração, deslocamento sírio e mudanças demográficas massivas que ocorrerão entre agora e os próximos 10 anos.
Em declarações à Prensa Latina, o jornalista sublinhou que os governantes do país negligenciaram o funcionamento das instituições do setor público e a saída nos últimos 10 anos de cerca de 590 mil libaneses, dos quais mais de 300 mil participam desde 2019.
A este respeito, indicou que o Estado deve responder às necessidades de uma sociedade fragmentada, com uma migração massiva da Síria para o interior e mudanças estruturais na família libanesa devido a uma economia endividada.
Para o especialista libanês, a posição da empresa francesa TotalEnergies não é clara relativamente ao poço experimental em águas libanesas, por estar sujeita a políticas internacionais relacionadas com a distribuição de ações e influência.
A este respeito, o especialista considerou que existem blocos no Mar do Líbano onde existe maior possibilidade de encontrar quantidades de gás e petróleo, “mas ninguém está disposto a correr riscos nesta matéria”.
Passados sete meses desde a agressão israelense a Gaza, Wehbe destacou que o resultado da guerra é também um fator que determinará o desenvolvimento dos assuntos internos do país e a nível regional.
Ao mesmo tempo, indicou que, infelizmente, o Líbano esteve historicamente ligado ao Ocidente e há uma forte resistência ao movimento em direção ao Oriente e à expansão dos laços com nações como a Rússia e a China.
Neste ponto, ele enfatizou que o Líbano precisa priorizar os seus próprios interesses e não se submeter a uma única fonte em termos de fluxos externos, tecnologia e conhecimento.
Aliás, Wehbe renovou a necessidade de um consenso entre as diferentes forças políticas do país para mudar a abordagem económica e comercial, longe das pressões externas.
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