As famílias fogem em busca de segurança, mas as condições de vida deterioram-se dia após dia e nenhum lugar é seguro em Gaza, afirmou em X a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio.
Desde o início da guerra, os palestinos foram obrigados a fugir várias vezes em busca de uma segurança que nunca encontraram, denunciou ontem à noite o comissário-geral daquela instituição, Philippe Lazzarini, na mesma rede social.
“Quando as pessoas se deslocam ficam expostas, sem passagem segura ou proteção. Cada vez, são obrigadas a deixar para trás os poucos pertences que possuem: colchões, tendas, utensílios de cozinha e mantimentos básicos que não conseguem transportar”, frisou.
Lazzarini alertou que as áreas para onde fogem agora não têm abastecimento de água potável nem instalações sanitárias.
Al-Mawassi, por exemplo, é uma terra agrícola arenosa de 14 quilômetros quadrados, onde as pessoas são deixadas ao ar livre, com poucos ou nenhuns edifícios ou estradas, disse ele.
O local está superlotado e não tem capacidade para acolher mais pessoas, como também acontece na cidade de Deir al Balah, explicou.
Da mesma forma, questionou as declarações israelitas sobre “zonas seguras”, garantindo que estas áreas não existem no enclave costeiro, porque todo o território está sob ataque.
“Gaza não tem áreas seguras. Nenhum lugar é seguro. Ninguém está seguro”, sublinhou o responsável.
No dia 6 de maio, as tropas israelenses ocuparam a passagem fronteiriça de Rafah, que durante os últimos sete meses representou a única porta de entrada para Gaza para alimentos, medicamentos e combustível.
Horas depois, o Exército iniciou seu avanço contra a cidade de mesmo nome como parte de sua ofensiva contra o Hamas, em meio a duras críticas internacionais por medo de um massacre em grande escala entre a população civil.
Tanto a ONU, como organizações não-governamentais e numerosos países criticaram o ataque àquela área superpovoada e alertaram para as graves consequências humanitárias.
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