Madrid, 26 mai (Prensa Latina) Raramente a aposentadoria de um atleta ocorre em sua melhor forma por vontade própria, mas o alemão Toni Kroos tornou-se a exceção à regra.
Aplaudido até enjoar no Estádio Santiago Bernabéu, o até agora diretor da orquestra do meio-campo do Real Madrid, é hoje considerado por todos os meios de comunicação locais como uma lenda singular.
A noite passada contra o Betis foi na verdade a penúltima vez que ele vestiu a camisa da “casa branca”. Ele terá outra oportunidade, sem dúvida como titular, no próximo sábado, em Londres, em Wembley, contra o Borussia Dortmund, pela final da Liga dos Campeões.
Inesperadamente, na última terça-feira ele anunciou seu adeus definitivo ao esporte aos 34 anos.
Numa das suas melhores temporadas, o líder do núcleo merengue acaba de comemorar o trigésimo sexto título da LaLiga pelo clube que tanto ama.
Se sair vitorioso em Wembley, será o seu quinto Orejona com o Real Madrid e o sexto da sua carreira (o outro com o Bayern de Munique).
“Toni Kroos é um dos maiores jogadores da história do Real Madrid, uma lenda que nos proporcionou 10 anos incríveis de um futebol magnífico”, destacou o treinador da equipe, o italiano Carlo Ancelotti.
Seu histórico é impressionante. Uma Copa do Mundo; cinco Champions; seis Mundiais de Clubes; cinco Supertaças Europeias; quatro ligas espanholas; três Bundesligas alemãs; 1 Copa do Rei e 1 Copa da Alemanha.
Ele se despede em sua melhor forma, com uma eficácia em passes de estilo galáctico de mais de 90 por cento. Uma delas, recentemente, para Vinicius Junior no jogo de ida contra o Bayern de Munique, em uma das semifinais da Liga dos Campeões, que terminou com gol.
‘Bem, torcedores do Real Madrid, quero anunciar algo importante sobre o meu futuro. Estas não são palavras muito fáceis e tenho certeza que são um pouco difíceis para mim, mas quero que saibam e entendam que esta décima temporada com o melhor clube do mundo, com o Real Madrid, é minha última. É difícil para mim, mas estou convencido de que é a decisão certa para mim’, declarou no podcast que faz com o irmão Félix.
Na véspera, ele parecia imperturbável até sair de campo aos 85 minutos e receber o abraço emocionado da filha, chorando muito. “Eu estava bem, calmo, mas meus filhos (três) me mataram”, reconheceu Kroos.
Suas lágrimas se somaram às de vários companheiros, principalmente do meio-campista uruguaio Fede Valverde, que o considera um ídolo.
‘Sempre quis que, se você falasse sobre Toni Kroos daqui a alguns anos, você se lembrasse de como eu era e sempre quis estar no nível que estou agora. Sempre disse que quando sair do Real Madrid deixarei o futebol porque é onde quero me aposentar e é isso que vai acontecer. “É a minha última temporada, vou jogar a Eurocopa pela Alemanha e pronto”, concluiu.
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