Um comunicado do Comitê Central do Partido Comunista do Chile (PCCh), do qual Jadue é membro, expressou seu mais amplo apoio ao chefe comunal e agradeceu as múltiplas expressões de apoio, tanto nacional quanto internacionalmente, que destacam sua atuação política, pública e municipal.
Em três períodos à frente da comuna, o prefeito realizou diversos programas em benefício de sua cidade, entre eles a Farmácia, a Óptica e a Livraria Popular, o Centro de Reabilitação, a Rede de Bibliotecas e a Universidade Aberta da Recoleta.
Na véspera, a juíza Paulina Moya aplicou contra ele a medida cautelar máxima por suposto suborno, fraude fiscal e fraude nas negociações da Associação Chilena de Municípios com Farmácias Populares (Achifarp) para compra e venda de insumos durante a Covid-19.
O texto do PCC considera exagerada a medida de prisão preventiva e manifesta sua convicção na inocência do prefeito.
“Eles me julgam pela nossa gestão transformadora. Não tenho um único peso no bolso, mas me dão a medida cautelar máxima. Vamos recorrer dessa medida desproporcional”, escreveu o prefeito em seu relato X.
Para o jornalista especializado em política internacional e direitos humanos Juan Fran Torres, Jadue tornou-se mais uma vítima do lawfare (guerra jurídica) na América Latina.
“Seu único crime foi propor uma nova forma de governo, desafiando o modelo perverso”, disse ele.
Na opinião da deputada Carmen Hertz, a perseguição e o assédio político são evidentes.
O juiz que mandou prender o chefe comunal argumenta que ele “representa um perigo para a segurança da sociedade”, o que foi considerado uma injustiça pelo advogado de defesa Ramón Sepúlveda.
“Acreditamos que o tribunal assumiu a posição de aceitar factos sem precedentes e isso é muito grave”, disse o advogado.
O deputado socialista Juan Santana considerou incompreensível a leviandade com que a prisão preventiva é utilizada no Chile. Parece que o rigor é aplicado por conveniência quando os tribunais são de um determinado sector, disse.
Mais de 1.500 personalidades assinaram uma carta na qual qualificam o processo como um caso de perseguição política e judicial a uma figura pública.
Cerca de 30 organizações da região também expressaram solidariedade ao líder comunal, incluindo o Fórum de São Paulo, Alba Movimentos e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.
Somam-se à lista a Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho, a Marcha Patriótica da Colômbia, a Frente Pátria Grande da Argentina e o Movimento dos Sem Terra do Brasil.
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