Depois de um extenso processo de consulta que resultou na aprovação da Lei da Comunicação Social – a primeira do país – e dos regulamentos conexos, também foi oficializado no dia anterior o Decreto-Lei 102 sobre a prática da publicidade e do patrocínio.
Estes regulamentos regulam a utilização de anúncios e promoções na rádio, televisão, imprensa escrita e digital, bem como as proibições à sua prática, sublinhada na véspera pelo vice-presidente do Instituto de Informação e Comunicação Social (IICS), Onelio Corderi.
Durante o programa televisivo Mesa Redonda, o diretor destacou na véspera que este instrumento jurídico responde à necessidade de transformar as formas de gestão econômica dos meios de comunicação públicos do país, sem prejuízo da identidade e soberania nacional.
A Lei da Comunicação Social, que entrará em vigor dentro de quatro meses, tem uma abordagem inclusiva e defende os direitos dos cidadãos, desde a esfera organizacional, mediática e comunitária, explicou Corderí.
O vice-presidente do IICS garantiu que a Lei responde a cerca de 17 direitos consagrados na Carta Magna do país e a dezenas de políticas públicas aprovadas nos últimos anos.
Salientou que a regulamentação exige processos de informação e comunicação mais transparentes e participativos, bem como a introdução de regulamentação que a favoreça em todos os órgãos do Estado.
Por sua vez, a presidente da Associação Cubana de Comunicadores Sociais (ACCS), Rosa María Pérez, destacou que a ilha caribenha tem tido uma visão estritamente midiática dos processos de comunicação.
Neste contexto, a Lei visualiza o alcance das organizações e dos seus diferentes públicos, onde se incluem os cidadãos, porque a comunicação é transversal a toda a sociedade, explicou o responsável da ACCS.
Da mesma forma, o sistema público de comunicação conta agora com “um guarda-chuva legal” que permitirá avançar na solução dos problemas estruturais da imprensa cubana, afirmou o presidente da União Cubana de Jornalistas, Ricardo Ronquillo.
Pela primeira vez, os meios de comunicação contam com um instrumento legal que regula a atuação da imprensa, mas também exige o direito à informação pública e incentiva a participação dos cidadãos na agenda mediática, afirmou Ronquillo.
O vice-presidente do IICS, Belkis Pérez, garantiu que existem estruturas em todo o país para implementar a regulamentação e realizar programas de formação com dirigentes da nova organização e outros atores sociais.
Pérez Cruz referiu a existência de cerca de 15 ações de formação para desenvolver competências de comunicação nos cidadãos, nas instituições, nos centros educativos e em todos os atores econômicos, procurando elevar a cultura comunicacional do país.
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