Embora a campanha para eleger o novo Parlamento Europeu (PE) tenha terminado à meia-noite de sexta-feira, a enxurrada de ataques dos conservadores do Partido Popular (PP) e do Vox, de extrema-direita, não parou nas últimas horas.
Nem a esquerda, liderada pelos socialistas (PSOE) do chefe do Governo, Pedro Sánchez, o grupo Sumar da segunda vice-presidente, Yolanda Díaz, e o partido Podemos, deixou de responder às críticas e apelou à população para ” votar por um futuro de progresso”.
Outra realidade preocupante é uma certa indiferença por parte dos cidadãos relativamente à marcação das urnas neste domingo.
É a nona vez que Espanha participa nas eleições que servirão para eleger um novo Parlamento Europeu (PE). Desde que a sua entrada na União Europeia foi oficializada, em 1 de janeiro de 1986, os socialistas do PSOE e os conservadores do Partido Popular (PP) foram os maiores vencedores.
O apelo hoje é para que 369 milhões de europeus compareçam às urnas. A próxima legislatura do PE terá início em julho próximo e permanecerá até ao mesmo mês de 2029, com 720 eurodeputados de todos os países da União Europeia, incluindo 61 assentos para Espanha.
Na Espanha, a chamada dirige-se a mais de 38 milhões de espanhóis e residentes europeus, que o farão em mais de 22 mil localidades do território nacional.
A polarização do ambiente político chegou a tal ponto que este sábado começaram a circular nas redes sociais alegações de que haverá um “apagão de informação” sobre os resultados das eleições devido a uma “decisão do governo de manipulação dos votos”.
No entanto, a realidade é diferente. Os regulamentos europeus estabelecem que os Estados-membros não podem divulgar os resultados eleitorais até que todas as assembleias de voto fechem, então às 23h00 locais deste domingo na Itália.
O PSOE foi o mais recente vencedor das eleições europeias de 2019, com 20 assentos e 32,84 por cento dos votos com a candidatura de Josep Borrell.
O PP já o fez antes, em 2014, com a plataforma de Miguel Arias Cañete. O ‘popular’ obteve sucesso com 16 assentos e 26,09 por cento dos votos e dois assentos à frente do PSOE.
Segundo as sondagens, o PP liderado por Alberto Núñez Feijóo daria um salto importante nas eleições e poderia pôr em perigo a supremacia do PSOE. Uma das questões subjacentes antes das eleições centra-se no processo aberto contra Begoña Gómez, investigada por um alegado esquema de corrupção e tráfico de influências, com base em denúncias de imprensa do pseudo-sindicato de extrema-direita Manos Libres.
Além disso, como pano de fundo está a recentemente aprovada Lei de Anistia, ainda não implementada, que libertaria mais de uma centena de presos condenados pela tentativa de separar a Catalunha da Espanha em 2017, e o retorno do fugitivo da justiça Carles Puigdemont, líder do Partido Junts.
rgh/ft/hb