Por Frank González
A agência que teve Fidel Castro e Ernesto Che Guevara como seus principais promotores e o jornalista argentino Jorge Ricardo Masetti como seu primeiro diretor foi o primeiro desafio latino-americano à hegemonia da mídia dos Estados Unidos e seus aliados.
Cerca de vinte jornalistas, como os cubanos Juan Marrero e Gabriel Molina, o colombiano Gabriel García Márquez e o argentino Rodolfo Walsh, formaram o grupo fundador da mídia que surgiu como resultado da Operação Verdade.
Essa ação de contrainformação, organizada pelo governo revolucionário em 21 e 22 de janeiro de 1959, levou centenas de jornalistas de todo o mundo a Havana para conhecer em primeira mão a realidade de Cuba.
O objetivo era desmantelar a feroz campanha midiática desencadeada contra a Revolução pelos Estados Unidos e seus servos no campo da comunicação de massa.
A Prensa Latina entrou no cenário da mídia internacional comprometida com a verdade e o jornalismo objetivo, mas não imparcial, proclamado por Masetti.
Em seus primeiros 65 anos, a agência esteve presente na cobertura dos principais eventos internacionais em todas as áreas de atividade política, econômica, social, cultural, técnico-científica e esportiva.
Apesar dos grandes obstáculos econômicos e tecnológicos, a Prensa Latina cresceu e hoje enfrenta antigos e novos desafios.
Entre eles, o autofinanciamento por meio da comercialização de seus produtos e serviços e a consolidação de sua presença na web com seu conteúdo multimídia, para o qual tem capacidade e experiência em todos os idiomas e gêneros jornalísticos.
Atualmente, conta com 36 correspondentes na América, Europa, Ásia e África, transmite cerca de 350 despachos diários em diferentes idiomas e fornece produtos e serviços de fotografia, rádio e televisão.
Também possui uma divisão editorial dedicada à produção de periódicos, tanto próprios quanto para clientes, ao mesmo tempo em que estabelece alianças internacionais com outras mídias alternativas, como a recém-criada iniciativa Global South Voices.
Sessenta e cinco anos depois de seu nascimento, a Prensa Latina permanece fiel a seus princípios fundadores com boa saúde e ainda tem muito a fazer diante da desinformação e da estratégia obstinada dos Estados Unidos e de seus aliados em todas as áreas da comunicação.
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