Em La Paz, a chamada marcha “Pela defesa da democracia” partiu na segunda-feira da Cervejaria Nacional, na Avenida Montes, e percorreu o centro da cidade até chegar à Praça do Estudante.
Sindicatos, trabalhadores e diferentes organizações participaram na manifestação, entoando palavras de ordem como “áLucho, não estás só” e “áLucho, o povo está contigo”, em apoio ao chefe de Estado e em defesa da estabilidade democrática.
Estamos a apoiar o Presidente Luis Arce, queremos democracia. Tivemos reuniões com as autoridades e há compromissos para aumentar o volume de combustível e o que nós, trabalhadores dos transportes, queremos é trabalhar”, disse o executivo da Federação Andina de Transportes de El Alto, Reynaldo Luna.
Ele apelou àqueles que anunciaram bloqueios e paralisações de estradas para que parem com as medidas de pressão, pois elas afectam a economia do país.
Pelo contrário, ele os exortou a buscar a coordenação e o diálogo com as autoridades.
Entretanto, em Cochabamba, a marcha maciça das organizações sociais da área metropolitana e dos municípios vizinhos de Sacaba, Colcapirhua e Quillacollo percorreu as principais ruas do centro da capital cochabambina até à Praça 14 de setembro.
Os manifestantes agitaram bandeiras da Bolívia, Whipalas e do Movimento para o Socialismo (MAS) enquanto marchavam, enquanto proclamavam slogans nos quais ratificavam a sua vontade de defender a estabilidade democrática e económica.
“Pedimos unidade às organizações, vimos pronunciamentos de sectores que entraram em conflito em 2019 com consequências muito graves e não vamos permitir conflitos”, disse um dos activistas ao canal estatal Bolivia Tv enquanto marchava.
O entrevistado, que não foi identificado, pediu o fim das lutas políticas por interesses pessoais ou de grupos que falam “em nome do povo”.
Esclareceu, no entanto, que o verdadeiro povo é aquele que está nas ruas a exigir o fim dos conflitos.
Outro representante salientou que “este não é o momento de fazer política, mas de trabalhar para o bem-estar do povo boliviano”.
Entretanto, o secretário-geral da Confederação Nacional dos Reformados, Rodolfo Ayala, manifestou em La Paz o seu descontentamento perante a greve de 96 horas iniciada na segunda-feira pelos médicos dirigentes do chamado Comité para uma Reforma Digna.
A atitude destes médicos, que juraram que a saúde da população, dos reformados, está bem, é condenável; pelo contrário, estão a prejudicar-nos. O que vai acontecer às cirurgias de especialidade que foram reagendadas?
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