Em declarações divulgadas pelo jornal Corriere della Sera e por outros meios de comunicação social locais, um porta-voz das equipas de salvamento disse que a embarcação, um veleiro que partiu há cerca de oito dias da Turquia, se afundou quando se aproximava da costa da província de Reggio Calabria.
Um barco de recreio francês, que navegava na zona, alertou para a presença da embarcação semi-afundada e conseguiu salvar cerca de 12 dos migrantes a bordo, que disseram que outros 60, quase metade dos quais menores, estavam desaparecidos nas águas jónicas.
Está em curso uma operação para resgatar as vítimas desse naufrágio, que ocorreu num local muito próximo de onde há pouco mais de um ano, a 26 de fevereiro de 2023, se afundou uma embarcação com cerca de 200 migrantes, dos quais morreram pelo menos 58.
Na sequência da tragédia de segunda-feira, o Centro de Coordenação de Salvamento Marítimo italiano desviou dois navios mercantes que navegavam nas proximidades do local, bem como um avião ATC42 da Guarda Costeira e dois barcos de patrulha, para participar nos esforços de salvamento.
Os 12 sobreviventes resgatados pelo barco francês passaram sob a proteção da Guarda Costeira e foram transferidos para instalações hospitalares no município de Roccella Jonica, em Reggio Calabria, onde um migrante desse grupo morreu, segundo um relatório médico.
O governador da Calábria, Roberto Occhiuto, disse, depois de saber da tragédia, que “a notícia do desaparecimento dos migrantes devido ao naufrágio do barco em que viajavam, a cerca de 100 milhas da costa da Calábria, é um murro no estômago”.
O que estamos a viver são horas de grande angústia para toda a Região, horas que fazem lembrar o enorme drama que vivemos em Cutro há pouco mais de um ano”, disse Occhiuto, que lamentou que “a rota turca, por onde estes migrantes parecem ter chegado, tenha sido subestimada demasiadas vezes nos últimos anos”.
É necessária mais atenção da Europa e dos governos nacionais”, disse o governador, que afirmou que “os nossos mares devem brilhar com vida e esperança, e não se transformarem periodicamente em enormes cemitérios”.
Este ano, um total de 23 mil 725 migrantes chegaram às costas italianas até 17 de junho, menos do que os 55 mil 902 que chegaram no mesmo período em 2023, mas o número de mortes no mar é muito elevado, com cerca de 800 só no Mediterrâneo central, de acordo com relatórios da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
npg/ort/glmv