Destacaram também estratégias para evitar estas extinções, como programas de reprodução em cativeiro para aumentar o tamanho da população e a translocação destas espécies, explicou o investigador de pós-doutoramento Fernando Gonçalves, um dos autores do estudo.
Segundo os especialistas, metade destas espécies estão em risco elevado de extinção devido a riscos naturais, e a maioria vive nos trópicos e sobretudo em ilhas tropicais que já sofreram muitas extinções desde a colonização humana.
Acrescentaram que, para ajudar as espécies a resistir aos riscos naturais, algumas podem ser deslocadas para zonas mais seguras e podem ser adoptadas medidas de conservação, como programas de reprodução em cativeiro.
Um exemplo é um papagaio endémico que só existe na ilha caribenha de Porto Rico, de acordo com o artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O papagaio porto-riquenho, outrora muito difundido mas agora ameaçado de extinção devido à atividade humana e aos furacões, está a ser protegido através da criação em cativeiro e de esforços de reintrodução em Porto Rico, disse Gonçalves.
Os autores pretendem que o seu estudo vá além da simples listagem de espécies em risco devido a catástrofes naturais e encoraje análises que explorem e compreendam impactos ecológicos mais amplos, como a perda de interacções entre estas espécies e os seus ambientes.
Dado que muitos aspectos vitais dos ecossistemas, como a polinização e a dispersão de sementes, dependem fortemente das interacções entre organismos vivos, a perda dessas interacções pode ter consequências significativas, sublinhou.
A perda destas interacções pode ter consequências significativas, sublinhou, o que pode levar a um declínio mais rápido do número de espécies e a uma diminuição das funções dos ecossistemas. Não estamos a perder apenas uma espécie, mas uma multiplicidade de funções do ecossistema que estas espécies proporcionam”, afirmou o investigador.
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