Elián era apenas um pioneiro de seis anos quando, em 22 de novembro de 1999, sua mãe tentou tirá-lo ilegalmente de Cuba, em um barco rústico que naufragou no meio do Estreito da Flórida.

Viajaram para os Estados Unidos com a promessa de residência permanente naquele país, após a entrada em vigor da Lei de Ajustamento Cubano, mas apenas a criança e outras duas pessoas conseguiram sobreviver.

Quando alguns pescadores o encontraram na costa da Flórida, o então Serviço de Imigração e Naturalização dos Estados Unidos (INS) colocou-o sob custódia de Lázaro González, um tio-avô que morava na cidade de Miami e que só o tinha visto uma vez.

O pai de Elián, Juan Miguel González, não sabia da saída de seu filho de Cuba e solicitou imediatamente a sua repatriação, ato que contou com o apoio do Governo cubano e de todo o povo.

No dia 2 de dezembro de 1999, González foi recebido pelo líder histórico da Revolução, Fidel Castro, que conheceu sua vida, sua relação com o filho, e ainda lhe disse que se queria ir aos Estados Unidos para ficar com seu filho e se ficasse, não haveria problema.

“Eu disse a ele que não tinha interesse em ir para lá, o que queria era que me levassem de volta para Elián. E ele respondeu: “Calma. A partir de amanhã, o povo, todo o país, se voltará para reivindicar”, recordaria González.

Fidel Castro sabia que em mais de 40 anos Washington nunca tinha concordado com um pedido legal desta natureza, pelo que o regresso só poderia “ser alcançado através de uma intensa batalha política e da opinião pública nacional e internacional”.

Foi assim que no dia 5 de dezembro, com o protesto de centenas de jovens em frente ao então Gabinete de Interesses de Washington (hoje embaixada) nesta capital, o regresso da criança tornou-se uma reivindicação popular, que levou todos os cidadãos às ruas, com o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, na vanguarda.

O evento foi o prelúdio da chamada Batalha de Ideias, uma iniciativa do Comandante-em-Chefe, que desenvolveu mais de 170 programas nas esferas social e econômica de Cuba.

Em 5 de janeiro de 2000, o Serviço de Naturalização e Imigração dos EUA reconheceu o direito de González de autoridade parental sobre seu filho e no dia 14 terminou o prazo estabelecido pela Procuradora-Geral dos EUA, Janet Reno, para o retorno de Elián ao seu país; mas tal medida foi impedida pelos parentes de Miami e por grupos anticubanos nos tribunais.

Após um longo processo judicial, em alguns aspectos violando o direito internacional e as próprias leis americanas, e com amplo apoio do povo norte-americano, no dia 28 de junho, o menino Elián foi devolvido ao seu solo natal, sob a tutela de seu pai, após uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Duas décadas depois é um jovem licenciado em engenharia industrial, deputado à Assembleia Nacional e um pai comprometido com a família e com o país.

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