Em conferência de imprensa no Salão de Passos Perdidos do Congresso (unicameral), o deputado Samuel Pérez explicou que actuaram à luz da medida, incluindo o cancelamento das contas, cujos efeitos recaem sobre seu partido.
O juiz Fredy Orellana é um criminoso, que cometeu ilegalidades na sua tentativa de manobra para suspender o partido político Movimiento Semilla”, sublinhou o legislador.
Ele está novamente a cometer os mesmos actos ilegais, mas com algumas circunstâncias agravantes, observou Pérez, e explicou que o caso era uma reintegração submetida ao Tribunal Constitucional.
Acrescentou que foi apresentado um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido ao facto de o Registo de Cidadãos ter decidido cumprir a ordem, que descreveu como “absurda e ilegal”.
Perez expressou que eles lutarão para recuperar o partido, mesmo que isso prejudique os inimigos do povo guatemalteco.
A presidente do órgão eleitoral, Blanca Alfaro, confirmou há dois dias que tinham acatado o pedido de prorrogação da suspensão provisória de Semilla por um ano.
Ela descartou que, no caso dessa força política, a suspensão corresponda a algo administrativo ligado à Lei Eleitoral e dos Partidos Políticos, mas sim a uma ação penal por parte de entidades do Ministério Público (MP).
Orellana aprovou na segunda-feira desta semana um pedido da Procuradoria Especial Contra a Impunidade, que desde os resultados da primeira volta das eleições, em junho de 2023, investiga alegadas ilegalidades na constituição da Semilla em 2018.
O então presidente eleito Bernardo Arévalo denunciou que a procuradora-geral e chefe do MP Consuelo Porras estava a liderar uma tentativa de golpe de Estado para o impedir de tomar posse a 14 de janeiro de 2024.
O atual presidente afirmou na passada terça-feira, através do seu perfil na rede social X, que “o movimento (Semente) foi construído com esforço e esperança”.
Hoje, uma minoria corrupta tenta mais uma vez silenciar o que foi conquistado com a energia do povo, acrescentou o político de 65 anos, sociólogo de profissão e ex-diplomata.
Entendam: a Guatemala mudou e não daremos um passo atrás. Defenderemos a nossa democracia, recuperaremos o partido e o país”, sublinhou.
Desde o ano passado, organizações sociais e analistas têm vindo a assinalar o carácter sem precedentes de um caso declarado “sob reserva”, a perseguição contínua a Arévalo e ao seu partido, bem como a violação da Lei Eleitoral pelo Ministério Público.
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