Em entrevista coletiva na sede do Ministério Público, Saab deu detalhes sobre esses dois cidadãos presos no mês passado em Caracas e suas ligações com setores da extrema direita colombiana, entre os quais mencionou os ex-presidentes Álvaro Uribe (2002-2010) e Iván Duque (2018-2022).
Especificou que durante as investigações das agências e da inteligência foi determinado que os agora acusados receberam financiamento do exterior para cometer ações ligadas à extrema direita neonazista e realizar movimentos desestabilizadores.
O chefe da Procuradoria da Venezuela explicou que as investigações revelaram que ambos tinham os estados de Mérida e Táchira, no oeste do país, e este último na fronteira com a Colômbia, além da cidade de Caracas, como centro de suas operações.
As suas ações dirigidas contra o sistema elétrico nacional visavam, sublinhou, gerar ansiedade e inquietação entre os cidadãos e utilizá-las como ganho político com o objectivo de “desestabilizar as eleições presidenciais de 28 de Julho”.
Saab destacou que Vargas e Albacete foram acusados pelo promotor do caso pela suposta prática dos crimes de tráfico e comércio ilícito de recursos, materiais estratégicos e associação para cometer um crime, e foram emitidos mandados de busca para locais em Mérida, Táchira e Caracas.
Ao referir-se ao material elétrico furtado, do qual apresentou um audiovisual, indicou que se pôde verificar que tinham em sua posse “uma grande quantidade de material estratégico”, pertencente à Corporação Elétrica Nacional (Corpolec), e que estava avaliado em 150 mil dólares.
Entre os materiais encontrados em alguns armazéns da empresa Gurimetal, no estado de Táchira, estavam cerca de 20 transformadores elétricos, 500 quilos de guaya (cabos) de alta tensão, 50 pára-raios elétricos, 250 lingotes de alumínio, todos pertencentes à Corpolec.
Salientou que a referida empresa funcionava ilegalmente desde 2020 e através de investigações e reclamações dos trabalhadores foi confirmado que ali eram realizados trabalhos de fundição com material extraído do sistema eléctrico nacional, que era utilizado consoante a entidade.
O chefe do Ministério Público refletiu que quem tentar agir em detrimento do Estado com estas ações será processado nos termos da lei, porque o povo merece viver em paz e tranquilidade.
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