Em 1º de agosto de 2017, Maldonado foi visto vivo pela última vez após participar de um protesto da comunidade Mapuche Pu Lof em Resistencia, na província de Chubut, que foi reprimido pela Gendarmaria.
Após 78 dias de buscas, seu corpo foi encontrado boiando nas águas do rio próximo ao local onde ocorreram os fatos.
Naquela época, este país estava sob o mandato do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, ocupava o mesmo cargo.
Em diversas ocasiões, organizações sociais e de direitos humanos denunciaram irregularidades na investigação e no processo judicial do caso.
Os responsáveis do Governo adoptaram diversas ações para legitimar a repressão, dificultar a procura da verdade, estigmatizar a vítima e perseguir e assediar os seus familiares, afirmou a Secretaria dos Direitos Humanos desta nação num comunicado publicado em 2023.
Por sua vez, o irmão de Maldonado, Sergio, lembrou que o caso estava paralisado no Supremo, não havia réus e o juiz Gustavo Lleral violou as diligências estabelecidas para evitar que a verdade viesse à tona.
Lleral decidiu que Santiago morreu por afogamento e isentou o gendarme Emmanuel Echazú, envolvido na repressão contra a comunidade de Pu Lof em 2017.
Em maio deste ano, a Câmara Federal de Comodoro Rivadavia revogou a demissão de vários policiais acusados, destituiu Lleral e ordenou a reabertura do caso pela segunda vez.
O caso passou para as mãos do juiz Federico Calvete, de Ushuaia.
Isto é positivo, embora tardio, porque se perdeu tempo desde setembro de 2019. A justiça seria que Santiago estivesse vivo e algo de bom, que Lleral fosse sancionado. Embora seja necessário chegar atrasado, declarou Sergio ao jornal Página 12.
Os policiais continuam acusados (Echazú, Juan Pablo Escola, Víctor Vaquila Ocampo e Marcelo Ferreyra). Eles nunca foram absolvidos como disseram, a investigação continua e não se pode descartar um desaparecimento forçado com um juiz que não investigou, acrescentou.
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