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O escritor Lezama Lima, de Cuba para a América Latina

O escritor Lezama Lima, de Cuba para a América Latina

Havana, 9 ago (Prensa Latina) Considerado um dos intelectuais mais importantes de Cuba e da América Latina, José Lezama Lima é lembrado hoje, no aniversário de sua morte, como autor de uma das maiores obras em língua espanhola.

Seu romance Paradiso (1966), o único que ele publicou durante sua vida, está incluído em uma lista dos 100 melhores romances em espanhol do século XX, enquanto outro escritor renomado, Severo Sarduy, o chamou de neobarroco americano.

A literatura lezamiana é caracterizada pelo grande lirismo e pelo uso de metáforas, alusões e alegorias, com base em um sistema poético que o autor desenvolveu em vários ensaios, como “Analecta del reloj” (1953), “La expresión americana” (1957), “Tratados en La Habana” (1958) e “La cantidad hechizada” (1970).

Ele era filho de um coronel de artilharia e engenheiro do exército cubano, e a morte de seu pai em 1919 por gripe marcou o caráter e a vocação do escritor.

(…) Todos nós choramos, mas aquela imagem patriarcal nos deu uma unidade suprema e instalou em minha mãe a ideia de que meu destino era contar a história da família”, contou certa vez Lezama Lima (1910-1976).

O ano de 1937 foi significativo para esse poeta, romancista, contista, ensaísta e pensador estético cubano, quando publicou seu primeiro grande poema, “Muerte de Narciso” (Morte de Narciso); não menos significativo foi 1938, quando se formou como advogado.

Na segunda metade da década de 1930, Lezama Lima fundou três revistas, mas Orígenes, dirigida por ele e José Rodríguez Feo, foi, sem dúvida, uma das publicações culturais mais importantes de Cuba naquela época.

Foi nessa época que ele conheceu os poetas Gastón Baquero, Eliseo Diego e Cintio Vitier, que mais tarde se tornaram membros do Grupo Orígenes, juntamente com outros artistas e intelectuais, incluindo Fina García Marruz, Virgilio Piñera e René Portocarrero.

A década de 1950 foi igualmente produtiva para o escritor, pois ele publicou os primeiros capítulos de seu romance Paradiso, que só terminou quase 20 anos depois.

Em 1961, atuou como membro do júri do Prêmio Casa de las Américas, na categoria poesia, voltando a participar de duas outras edições (1965 e 1967).

Desde 2000, a Casa de las Américas concede um prêmio honorário na categoria poesia com seu nome.

mem/dpm/mb

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