Estimativas da organização asseguram que cerca de 60 mil palestinos se deslocaram nos últimos quatro dias para o oeste da cidade de Khan Younis, no sul, seguindo novas ordens israelenses.

Na quinta-feira, as Forças de Defesa emitiram a terceira ordem para evacuar áreas em apenas dois dias, que inclui cerca de 230 locais de deslocados; mais de três dezenas de instalações de água, saneamento e higiene; e cinco unidades de saúde funcionais.

Até à data, 80% de todo o território da Faixa esteve sob ordens de evacuação.

O deslocamento forçado, juntamente com as limitações à entrada de ajuda humanitária, compromete ainda mais a entrada de suprimentos, a falta de ordem pública, juntamente com elevados níveis de insegurança e outros fatores.

O volume de ajuda que pode chegar a Gaza através de passagens fronteiriças operacionais caiu para mais de metade desde o início de maio, após o encerramento da passagem de Rafah com o Egipto, informou na sexta-feira o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários.

Outros dados indicam que até 1,9 milhões de pessoas (ou nove em cada dez pessoas) em toda a Faixa de Gaza estão deslocadas internamente, incluindo pessoas que foram forçadas a deslocar-se repetidamente, algumas até 10 vezes.

Segundo o órgão, os movimentos dificultam a detecção precoce de crianças e mulheres que necessitam de serviços de nutrição.

Estes fatores também limitam ainda mais a capacidade dos parceiros de expandir a sua presença operacional e armazenar suprimentos vitais.

Nas últimas semanas, pelo menos 250 mil habitantes de Gaza receberam uma resposta de saúde apoiada por uma dúzia de equipas médicas de emergência.

No entanto, as hostilidades em curso e os constantes bombardeamentos de Gaza causaram numerosos incidentes com vítimas em massa desde finais de julho.

Isto testa a capacidade das organizações humanitárias de responder a traumas e emergências.

Como resultado, o volume da assistência a Gaza diminuiu em mais de metade desde o início de maio.

A entrada de caminhões terrestres caiu de uma média diária de 169 em abril para menos de 80 caminhões em junho e julho, disse a porta-voz durante um briefing.

Apenas 24 das 67 missões de ajuda planeadas ao norte de Gaza no último mês foram facilitadas pelas autoridades israelitas; os demais foram negados, dificultados ou cancelados por motivos de segurança, logísticos ou operacionais.

A situação não é diferente na região sul, onde das quase 100 missões humanitárias planeadas, aproximadamente metade foram facilitadas pelas autoridades israelitas.

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