Segundo historiadores, após 10 anos de construção e um investimento de 380 milhões de dólares na época, a hidrovia interoceânica foi inaugurada em 15 de agosto de 1914 com a travessia do navio a vapor Ancón.
Mais de 20 mil mortes ficaram para trás devido a doenças e acidentes durante a construção francesa e americana, apontam diversas publicações.
Em 7 de setembro de 1977, o líder da Revolução Panamenha, General Omar Torrijos Herrera (1929-1981) e o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, assinaram um acordo histórico que permitiu a administração da rodovia de 80 milhas ser transferido para os quilômetros locais que conectam os oceanos Atlântico e Pacífico.
O Canal funciona com eclusas, uma espécie de elevador que eleva os navios 26 metros para atingir o nível exigido e atravessá-lo.
Em 2016, a estrada foi ampliada para permitir o trânsito de navios Neopanamax, com maiores dimensões e capacidade de carga (quase 20 mil contêineres).
Uma intensa seca devido ao fenômeno El Niño obrigou a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) desde 2023 a tomar medidas drásticas para reduzir o calado das embarcações e reduzir as travessias diárias de 38 para 22, que com a chegada agora da estação chuvosa está se tornando mais flexível.
Segundo estatísticas oficiais, para cada navio que atravessa a rota, cerca de 200 milhões de litros de água doce são despejados no mar.
Outra opção para suprir a falta de água doce para suas operações levou os especialistas a preverem novas fontes, daí a construção de reservatórios na bacia, os mais adequados no rio Índio, para os quais realizam pesquisas com as comunidades para ver o impacto que isso causa esta obra provocaria, já que mais de duas mil pessoas teriam que ser realocadas
Na véspera, o Presidente da República, José Raúl Mulino, avaliou a sustentabilidade e rentabilidade da estrada junto do conselho de administração do ACP.
O presidente anunciou que a questão da construção de um novo reservatório no rio Índio será apresentada no próximo ano, depois de aprovada uma nova lei de Segurança Social e encontrada uma solução para o problema da mina de cobre em Donoso (Columbus) que trouxe manifestações populares que paralisaram o país em outubro e novembro passados em rejeição à mineração de metal a céu aberto.
“Espero que a emissão do Canal ocorra em águas calmas, sem hostilidades”, expressou Mulino ao tomar conhecimento dos planos para garantir a rentabilidade do percurso.
6,0 por cento do comércio marítimo mundial circula através do Canal do Panamá, que liga mais de 1.900 portos em 170 países e os seus maiores utilizadores são os Estados Unidos, a China, o Japão e a Coreia do Sul, por esta ordem.
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