Um comunicado desse órgão fez soar o alarme após atos unilaterais de representantes e instituições no leste, oeste e sul do país atingido pelo desastre, que está dividido há mais de uma década após a derrubada de Muammar Gaddafi em 2011.
De acordo com a Missão, essas ações só servem para aumentar a tensão, minar a confiança e consolidar ainda mais as divisões institucionais e a discórdia entre os líbios.
A representação da ONU lembrou a todos os líderes e instituições políticas da nação africana de seus compromissos e obrigações sob o Acordo Político da Líbia, bem como os apelos do Conselho de Segurança.
A Missão reafirmou seu compromisso com a facilitação de um processo político inclusivo que leve a eleições presidenciais e parlamentares confiáveis, ao mesmo tempo em que incentiva a promoção de negociações e acordos, de uma maneira que atenda aos interesses de todos os líbios.
O apelo da ONU ocorre em um momento de crescente preocupação internacional com a mobilização militar na Líbia.
As forças terrestres do Exército Nacional da Líbia, baseadas no leste e sob o comando de Saddam Haftar, recentemente enviaram reforços militares para a região sudoeste de Fezzan.
Essa medida levou o Governo de Unidade Nacional em Trípoli a elevar o estado de alerta de suas tropas, temendo uma escalada que perturbaria o frágil equilíbrio no qual se baseia o cessar-fogo alcançado em outubro de 2020.
A nação do norte da África está dividida entre um governo reconhecido pela ONU, com sede em Trípoli, e uma administração rival no leste do país.
Em abril deste ano, o então enviado da ONU, Abdoulaye Bathily, renunciou após constatar a falta de progresso no processo político do país.
O diplomata considerou que a situação nacional estava se deteriorando, apesar dos esforços da Missão de Apoio da ONU, sob sua liderança por 18 meses.
Iniciativas unilaterais, paralelas e descoordenadas contribuem para complicações desnecessárias e para a consolidação do status quo, disse Bathily, e enquanto elas continuarem, não há como avançarmos.
jf/ebr/bm