Segundo De Moraes, a Procuradoria-Geral da República solicitou no dia 15 de agosto “a convocação da Polícia Federal, para prestar esclarecimentos sobre o andamento da investigação criminal e apresentar seu relatório, ainda que parcial”.
Diante do exposto, acrescentou: “Acuso a manifestação do Ministério Público Federal e determino a apresentação pela autoridade policial de relatório sobre o andamento das investigações e justificativa sobre a eventual necessidade de prorrogação do prazo para sua conclusão”.
A investigação em questão analisa uma suposta ação criminosa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, do secretário de Segurança Pública Fernando de Sousa e do ex-comandante geral da Polícia Militar da unidade autônoma Fábio Augusto Vieira.
Em 11 de maio de 2023, De Moraes concedeu liberdade provisória a Torres, mas determinou que ele usasse tornozeleira eletrônica, tivesse arma de fogo suspensa, não saísse do país, não utilizasse redes sociais e não mantivesse contato com outros investigados sobre os episódios antidemocráticos .
Ele também deverá permanecer fora do cargo de delegado da PF.
Sob gritos de intervenção militar e rejeição à tomada do poder pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguidores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) invadiram e saquearam no dia 8 de janeiro de 2023 a capital do Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
Desde setembro, o STF condenou pelo menos 256 pessoas envolvidas em ações extremistas e absolveu uma. As penas variam entre 12 e 17 anos de prisão.
No total, o tribunal recebeu 1.345 reclamações. Desse total, 1.113 foram suspensos para que a Procuradoria-Geral da República avalie se irá propor acordos que evitem as ações corretivas.
Os acontecimentos extremistas que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília deixaram danos materiais de 20,7 milhões de reais (quatro milhões de dólares).
Nas condenações, o STF estabeleceu o pagamento de multa de 30 milhões de reais (5,5 milhões de dólares), dividida entre todos os acusados, por danos coletivos.
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