Não podemos voltar anos atrás e manter nosso dinheiro em casa’, declarou a presidente da Superintendencia General de Entidades Financieras (Sugef), Rocío Aguilar, sobre as invasões à cooperativa CS Ahorro y Crédito (Coopeservidores) em 13 de maio e à instituição financeira Desyfin em 13 de agosto.
Aqueles que preferem se distanciar do sistema financeiro nacional e proteger seus recursos voltando aos modelos privados predominantes na Costa Rica do passado estão reagindo ao risco de perdas que prejudicaram milhares de poupadores, acrescentou a Teletica.
O anúncio da intervenção na Desyfin mais uma vez disparou os alarmes no sistema financeiro, que ainda está trabalhando para resolver a dissolução ordenada contra a Coopeservidores pela Sugef e pelo Conselho Nacional de Supervisão do Sistema Financeiro (Conassif), disse a emissora de televisão.
Essas duas ações de controle, ressaltou ele, ocorrem em meio a outros questionamentos, como sobrepreços pagos em investimentos do Banco da Costa Rica, irregularidades no fundo de pensão Popular Pensiones e roubo de ativos no Banco Nacional, e colocam o sistema no centro da controvérsia.
As intervenções a que essas duas instituições do sistema financeiro e outras entidades tiveram que se submeter são situações independentes, distintas umas das outras”, disse Aguilar em uma entrevista à Teletica, juntamente com a presidente da Conassif, Laura Suárez.
Apesar do desastre ocorrido nas duas instituições financeiras, tanto Aguilar quanto Suárez insistiram que “o sistema é sólido” e que seus controles “são suficientemente robustos para detectar situações anômalas e proteger os interesses dos usuários”.
Para alguns especialistas, entretanto, a atual crise de confiabilidade da Desyfin S.A., a maior instituição financeira não bancária da Costa Rica, poderia repetir a situação enfrentada pela CS Ahorro y Crédito, que foi declarada insolvente, de acordo com o jornal La República.
A falência dessa empresa, agora controlada pela Conassif, como aconteceu com a Coopeservidores, poderia seguir os passos da instituição extinta, que registrou uma perda significativa de 88,55% de seus ativos, acrescentou o jornal.
A supervisão da outra instituição invadida, a cooperativa CS Ahorro y Crédito, foi baseada em várias reclamações apresentadas pela Sugef.
A ação legal contra essa instituição, conhecida no país como Coopeservidores, ocorreu em meio a uma crise de confiabilidade de seus diretores, depois de ter sofrido intervenção do Conassif em 13 de maio.
Por sua vez, o presidente do país, Rodrigo Chaves, pediu à Sugef e à Conassif que dessem “maior transparência” a suas ações no conflito monetário, que causou a segunda intervenção em três meses ordenada pelos dois órgãos especializados.
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