Foi em 4 de novembro de 1974 que estas foram oficialmente estabelecidas, embora desde a década de 1960 funcionasse em Havana um escritório de representação da Frente Patriótica do Laos, que foi elevado à categoria de embaixada em 1965.
Um mês depois de comemorar o cinquentenário desse acontecimento, a embaixadora de Cuba no Laos, Enna Viant, destacou em declarações à Prensa Latina o excelente estado dos laços bilaterais, que hoje apresentam um nível muito elevado na esfera política e se caracterizam pela existência de um diálogo fluido.
Não só desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1974, mas muito antes, houve um intenso intercâmbio entre Cuba e Laos derivado do apoio abnegado e da colaboração oferecida pela ilha àquela nação indochinesa, sublinhou o diplomata.
Viant recordou que as celebrações dos 50 anos de relações diplomáticas foram declaradas abertas em setembro do ano passado pelo presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, por ocasião da apreciada visita a Havana do seu homólogo laosiano, Thongloun Sisoulith, para participar na Cimeira do Grupo dos 77 e China.
No Laos, destacou o embaixador, tivemos o privilégio de iniciar a comemoração do marco histórico em maio passado na província de Hoaphanh, berço da revolução laosiana, e visitar as cavernas de Viengxay ali, onde a primeira brigada médica cubana chegou em 1973 para trabalho no hospital de campanha da Amizade Vietnã-Laos.
Dessa época, disse ele, se conservam muitas anedotas extraordinárias, como a que se refere a um dos primeiros médicos cubanos que aqui chegou e que doou duas vezes o próprio sangue para salvar um paciente.
“Isso não é esquecido e também explica porque é que há tanto carinho, admiração e respeito com que somos recebidos onde quer que cheguemos; porque Cuba não trouxe aqui um exército para lutar, mas sim profissionais dispostos a prestar uma cooperação eficaz e necessária o povo do Laos.
A partir de então, observou, dezenas de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde prestaram serviços na nação irmã, enquanto jovens laosianos viajaram para Cuba para se formar nestas especialidades, bem como nos institutos pedagógicos e na Escola Internacional de Educação Física e Desportos, e em carreiras técnicas.
Referindo-se à troca de visitas deste ano, Viant destacou a do membro permanente do Secretariado do Comité Central do PPRL e vice-presidente do Laos, Bouthong Chitmany, para participar no segundo seminário teórico interpartidário.
O presidente do Supremo Tribunal Popular da nação asiática, Viengthong Siphandone, também viajou a Havana, enquanto há poucos dias a procuradora-geral da República de Cuba, Yamila Ojeda Peña, visitou Vientiane.
Quanto às atividades comemorativas, mencionou, entre outras, a convocatória para o concurso “50 anos de relações, amizade e cooperação” lançado na escola secundária e pré-universitária Amistad Laos-Cuba, localizada no bairro Saythany desta capital, e inaugurado em 2020.
Realizámos também o Primeiro Workshop Científico na Universidade Nacional do Laos e, juntamente com as autoridades da capital, participamos na plantação de uma árvore da amizade no Parque de Vientiane, que sem dúvida proporcionará um novo e especial sentido de unidade e constituirá um símbolo da fraternidade entre nossos povos, disse ele.
“Chegamos a este 50º aniversário com passos muito avançados nas nossas relações diplomáticas”, enfatizou o embaixador, que agradeceu ao Laos pelo seu apoio invariável ao direito de Cuba à liberdade, autodeterminação e independência, pelos seus esforços na construção de uma sociedade justa e equitativa. inclusive, e contra o bloqueio intensificado dos Estados Unidos.
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