O representante da nação africana, que falou sobre a Resolução para pôr fim a essa política estadunidense contra a ilha, acrescentou que essas ações são incompatíveis com um sistema internacional baseado no Estado de Direito.
“O bloqueio e as medidas coercitivas unilaterais impostas ao povo de Cuba são uma das questões diplomáticas mais quentes no atual cenário internacional, já que há anos a maioria dos Estados membros das Nações Unidas vem defendendo sua retirada imediata e incondicional”, lembrou o diplomata.
No entanto, ele expressou preocupação com o fato de que, apesar das várias resoluções aprovadas pela Assembleia Geral, a situação continua totalmente paralisada e o povo da ilha está sofrendo dificuldades econômicas e sociais devido às restrições às importações e exportações, incluindo alimentos e medicamentos.
“Medidas discriminatórias e restritivas e barreiras injustas impedem a implementação de programas macroeconômicos e o envolvimento total do país no sistema de comércio mundial”, enfatizou o representante angolano.
Ele também se referiu às consequências extraterritoriais da aplicação do bloqueio e disse que a política de Washington tem um impacto fundamental na capacidade de Cuba de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, correndo o risco de ser deixada para trás.
“Pedimos a retirada imediata de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, o que impede o país de realizar transações financeiras para ter os bens e serviços necessários para atender às necessidades socioeconômicas de sua população, incluindo a renovação de seu sistema elétrico”, observou.
Ele lembrou que a Cúpula do Futuro, realizada recentemente, fez um forte apelo para o aumento da cooperação em questões-chave, para as quais, segundo ele, é essencial respeitar, preservar e promover o princípio da Carta da ONU e as disposições do direito internacional.
Essa é a base do multilateralismo e dos esforços coletivos para manter a paz e a segurança internacionais, o crescimento econômico e o respeito aos direitos humanos, disse ele.
“Angola tem apoiado repetidamente todas as iniciativas e resoluções das Nações Unidas que pedem o fim imediato e incondicional do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba, uma vez que não responde aos princípios e objetivos consagrados na Carta das Nações Unidas”, disse ele.
Ele acrescentou que seu país acredita na importância estratégica do diálogo e na resolução pacífica de disputas e conflitos e, portanto, pediu conversações construtivas entre os Estados Unidos e Cuba para iniciar e consolidar uma nova era de cooperação baseada no respeito mútuo e na igualdade soberana, para o benefício de ambos os países e povos.
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