O escritor, crítico e pesquisador Pedro Simón é o autor do volume “Alicia Alonso. La Diva. María Callas in Memoriam”, que será apresentado no dia 9 na rua de madeira da Plaza de Armas, nesta capital.
O livro trata de “La Diva”, uma coreografia encomendada a Alberto Méndez que abordou a arte da famosa cantora María Callas, cujo centenário havia sido comemorado no ano anterior da perspectiva da dança.
A peça foi estreada em 29 de outubro de 1982 em Havana, com música de Félix Guerrero inspirada em vários compositores de ópera, e a principal intérprete foi a dançarina mais transcendente que Cuba já produziu.
“Alicia Alonso reina suprema no palco”, exclamou o crítico britânico Clement Crisp, do Financial Times, em 1984, acrescentando ao testemunho:
Seu desempenho tem o fogo autêntico que associamos a um dos monstros sagrados do balé. Sem ela, La Diva não teria sentido; com Alonso no centro da trama, ela tem uma grandeza perturbadora e demente, argumentou ele.
Ao apresentar o livro no Centro de Arte Moderna de Madri em 2023, Simón disse que Alonso e Callas se conheceram nos Estados Unidos e várias pessoas notaram uma certa semelhança física entre as duas, o que levou a comentários de que Alicia deveria aprender a cantar e María deveria começar a dançar.
O volume de mais de 200 páginas apresenta iconografia e imagens documentais de alta qualidade e se torna um tributo à memória de duas das mais extraordinárias artistas do século XX.
As fotos coletadas expõem a interpretação completa do balé de Alonso, graças às valiosas coleções do Museo Nacional de la Danza, fundado e dirigido por Simón.
Além disso, o livro mostra criações plásticas inspiradas em La Diva, de pintores como Nelson Domínguez e Amaury Palacio, bem como compila várias críticas ilustrativas da dedicação de Alonso e de seu completo domínio da arte de Callas, do carinho com que a revive.
Foi desta forma que Miguel Patrón Marchand atestou o impacto dessa obra do balé no jornal chileno El Mercurio em 1991.
De acordo com a poeta e ensaísta cubana Nancy Morejón, o crítico entendeu com precisão a mensagem da intérprete Alicia, que se torna uma voz que, por meio do movimento expresso em sua dança, nos devolve o registro legítimo desse arco em que se movem a memória e o gênio.
jf/msm/jb