Em um artigo assinado e publicado neste domingo no jornal Folha de São Paulo, o governante asiático destacou o papel do Brasil e da China como líderes do Sul Global e responsáveis por promover a multipolarização e a democratização das relações internacionais.
Segundo ele, essa ajuda pode infundir “energia positiva na paz e na estabilidade mundial”.
Ele enfatizou que as partes devem fazer sua contribuição distinta para a paz mundial, a estabilidade e o desenvolvimento comum.
Ele elogiou a importância da parceria estratégica entre as duas nações, que comemoram o marco de 50 anos de relações diplomáticas.
Ele propôs o fortalecimento da cooperação bilateral e a reforma das instituições globais, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio. Ele exigiu que essas entidades sejam mais inclusivas e representativas do Sul Global.
Ele relembrou a história dos laços sino-brasileiros, enfatizando como as primeiras trocas comerciais, marcadas pela chegada do chá e das especiarias chinesas ao Brasil há mais de 200 anos, deram início a uma amizade duradoura.
“As relações diplomáticas entre a China e o Brasil, estabelecidas em 15 de agosto de 1974, resistiram às mudanças e turbulências internacionais e estão cada vez mais maduras e dinâmicas”, observou.
Ele disse que os dois países mantêm uma relação guiada pelo respeito mútuo, igualdade e compreensão. O Brasil é o primeiro país latino-americano a estabelecer uma parceria estratégica com Pequim.
Essa parceria, de acordo com o líder chinês, serviu como exemplo de cooperação entre países em desenvolvimento e fortaleceu os laços bilaterais em setores como agricultura, infraestrutura, energia e desenvolvimento sustentável.
Ele elogiou a rica interação e o intercâmbio cultural entre os povos e mencionou figuras icônicas da literatura brasileira, como Cecília Meireles e Machado de Assis, que traduziram poesias da dinastia Tang, como símbolos de uma “sinfonia mental” que transcende o tempo e as fronteiras.
Xi, que participará da Cúpula de Líderes do Grupo dos Vinte (G20), a ser realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19, disse que esse grupo das 19 maiores economias do mundo e as Uniões Europeia e Africana devem ser uma plataforma de cooperação.
Essa reciprocidade, acrescentou, deve priorizar o desenvolvimento sustentável e fornecer apoio efetivo aos países em desenvolvimento.
Além disso, o presidente chinês elogiou a escolha de seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de priorizar o combate à fome e à pobreza na agenda da cúpula do G20.
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