De acordo com a Agência Congolesa de Imprensa (ACP), na noite de domingo para segunda-feira, os invasores profanaram o local onde está guardada uma relíquia do anticolonialista congolês (um dente), quebraram as janelas, mas não tocaram no monumento dedicado à figura histórica do país.
“O caixão que continha a relíquia de Lumumba foi quebrado. Mas não sabemos se a relíquia ainda está lá ou se foi levada embora”, disse uma autoridade local à ACP na terça-feira, acrescentando que uma investigação foi iniciada.
Na terça-feira, o governo da RDC indicou ações para restaurar o mausoléu o mais rápido possível, de acordo com uma declaração do Ministério da Cultura.
“Serão tomadas medidas firmes para punir os autores desse ato inaceitável e todas as medidas necessárias foram tomadas para restaurar o mausoléu o mais rápido possível”, disse o documento, que condenou veementemente esse ato hediondo.
“O incidente relatado levou a uma intervenção imediata das autoridades relevantes, incluindo a Polícia Nacional Congolesa (PNC), a Agência Nacional de Inteligência (ANR) e a Guarda Republicana. As instalações foram protegidas e uma investigação está em andamento para esclarecer os fatos e identificar os responsáveis”, destacou a nota.
O mausoléu do herói nacional Patrice-Emery Lumumba, erguido na Place de l’Echangeur em Limete (Kinshasa), homenageia o ex-primeiro-ministro assassinado em 17 de janeiro de 1961 em Katanga, no auge da secessão.
O corpo de Lumumba nunca foi encontrado, pois seus carrascos o fizeram desaparecer em ácido. Apenas um dente foi preservado por um de seus torturadores, Gérard Soete, que o entregou à justiça belga.
A relíquia foi oficialmente devolvida à RDC em junho de 2022, muito depois de uma queixa apresentada contra a Bélgica por “crimes de guerra” desde 2011 por François Lumumba, o filho mais velho do herói.
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