“Comecei a pedir o levantamento do embargo (bloqueio) há anos e sei que não conseguimos, mas nunca devemos deixar de tentar”, disse a parlamentar democrata da Califórnia à Prensa Latina na capital.
Sou amiga de Cuba e já estive lá muitas vezes, disse Waters em conversa com esta agência de notícias, no final de uma reunião na representação diplomática de Havana em Washington com membros da Coalizão Agrícola dos EUA para Cuba.
Penso que temos que nos concentrar no que podemos fazer pela relação entre os dois países, acrescentou Waters, membro da Câmara dos Representantes.
Temos que garantir que os produtos agrícolas americanos cheguem a Cuba, disse a presidente do Congressional Black Caucus de 1997-1999. “Por isso, nunca desistirei da minha amizade com Cuba e estou ansiosa pela minha próxima visita”, disse ela.
Ao receber os membros da Coalizão Agrícola na sede diplomática da ilha ontem à noite, a Encarregada de Negócios, Lianys Torres, disse que a política de Washington em relação a Havana “continua a basear-se na proibição do comércio regular entre as empresas dos dois países”.
“O bloqueio comercial, financeiro e económico, o Título III da Lei Helms-Burton e a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo afetam não só a nossa economia, mas também têm um impacto direto na vida quotidiana do povo cubano”, argumentou Torres. Ela explicou que a Lei de Reforma das Sanções Comerciais e Melhoria das Exportações de 2000 permitiu que a nação caribenha, pela primeira vez desde a década de 1960, comprasse nos Estados Unidos; no entanto, “a condição onerosa de ter que pagar em dinheiro e antecipadamente ainda persiste, impedindo Cuba de ter acesso ao crédito”, disse.
“Não é justo nem benéfico para nenhum de nós – enfatizou – continuar com um sistema integral de medidas destinadas a privar a economia cubana e, consequentemente, seu povo de recursos básicos”.
Nesse sentido, comentou que “Cuba poderia compartilhar sua experiência em agricultura orgânica e agricultura urbana, enquanto os Estados Unidos poderiam contribuir com tecnologia e conhecimentos sobre a produção intensiva de alimentos”.
“Acreditamos que esse entendimento é bipartidário, deve ser natural e não depender de quem está na Casa Branca. Mas para atingir esse objetivo, a mudança é obrigatória”, disse.
Por seu lado, Paul Johnson, presidente da Coligação Agrícola para Cuba, está confiante de que podem continuar a trabalhar para melhorar as relações neste domínio com a nação vizinha.
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